Política

Em entrevista, Wagner dá crédito a ex-presidentes e desaconselha Campos

Imagem Em entrevista, Wagner dá crédito a ex-presidentes e desaconselha Campos
Governador falou à Veja desta semana e também disse que seu governo não é refém do PT  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 13/05/2013, às 06h46   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)




O governador Jaques Wagner concedeu entrevista à revista Veja desta semana e, entre vários assuntos, defendeu o legado que os ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso deixaram para o Brasil, em especial no que tange à economia. Para ele, desde Itamar, há uma criação de alicerces e construção de uma “lar” nacional, o que faz com que o Brasil vá aos poucos se fortalecendo interne e externamente.
Segundo o petista, FHC e Itamar deram “uma tremenda contribuição” ao país introduzindo em sua cultura o controle da inflação e a parcimônia dos gastos públicos. Esta mudança de rumos, para ele, garantiu os dois mandatos do sociólogo tucano e que negar a importância dos esforços de ambos seria "burrice". Após este período inicial, Lula teria investido mais pesadamente nas políticas sociais e, agora, a missão de Dilma Rousseff é fazer com que o Brasil se torne realmente competitivo.
Neste interim, Wagner aproveitou para defender a política de Lula e negou que o ex-presidente aproveitasse o domínio da economia para pacificar eventuais tempestades políticas. “Muitas vezes ele é injustiçado ao ser comparado com outros populista da América Latina, mas jamais aceitou colocar a economia em risco em nome do populismo. (...) Quando houve o Mensalão, muita gente falava em ele esculhambar o Orçamento para pacificar a base política. Ele se negou. Por isso tudo, acho injusto pensar que o governo do PT vá abrir mão do controle da inflação”.
Continuando as reflexões sobre política, o governador disse também que defende dentro do partido que o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) seja o candidato do grupo em 2018 e, exatamente por isso, desaconselha o apoiador a sair ao Planalto no ano que vem. Wagner relatou que já tentou de várias maneiras fazê-lo desistir da pretensão, mas que tem visto hoje “as pontes sendo arrebentadas de lado a lado”.
“É possível fazer alternância (de poder) por dentro do projeto ou por fora. Eduardo pode ser essa alternativa por dentro em 2018: o grupo se mantem na presidência, mas com outro nome, outro partido. É melhor entregar para um aliado do que perder para um adversário ou ex-aliado. É disso que eu tento convencer o PT, mas não está fácil”, revelou. A falta de bons olhos dentro do PT atualmente para Campos, de acordo com o “galego”, não garante que caso feche um acordo, seria traído na eleição do fim da década. “Ele teria de cultivar esse acordo. (...) Sem nem ao menos tentar um acordo, não dá para falar em traição”.

Mais ao final da entrevista, Wagner deu demonstrações de que não tem se comportado como o típico petista em nível nacional, acostumado a protejar medidas que visam controlar o estado e a imprensa. Além disso, o governador baiano foi retratado como acostumado a travar pessoal intensos diálogos com a iniciativa privada. Para Wagner, a liberdade de imprensa é "inatacável" e que as parcerias púbico-privadas (PPP) são importantes diante de um cenário de falta de verbas. "Eu sou um governador do PT, mas meu governo não é refém do PT."

Nota originalmente postada às 12h do dia 12

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