Política

O fantasma de Carballal: "Isso é moral"?, dispara Rita Tourinho

Imagem  O fantasma de Carballal: "Isso é moral"?, dispara Rita Tourinho
Vereador está encurralado pelo Ministério e emite nota negando os fatos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 15/05/2013, às 07h25   Caroline Gois (twitter: @goiscarol)



Após o Ministério Público da Bahia ajuizar uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o vereador Henrique Carballal (PT) e pedir em liminar o bloqueio e salário, além da indisponibilidade de bens do edil, o petista emitiu - na tarde desta terça-feira (14) - uma nota na qual caracteriza as denúncias como "infundadas".

Na noite de segunda-feira (13), em conversa com o site Bocão News, o vereador alegou que é inocente e que provará na Justiça. Em nota, carballal informa que o procedimento investigativo do ministério público é baseado em várias denúncias feitas pelo Srº Alex Emanoel da Silva e se arrasta desde 2009. Essas investigações não resultaram em prova material, o que é óbvio dado ao fato de tais denúncias serem absolutamente infundadas. O processo se baseia exclusivamente no depoimento de pessoas ligadas à ele, inclusive parentes. É público e notório em nossa cidade que tais pessoas são movidas por revanchismo e não pela vontade de se fazer justiça em relação a algum suposto malfeito".

Mas, a promotora Rita Tourinho - em conversa com o site Bocão News na tarde de hoje - explica que "uma das coisas que estamos dizendo refere-se não só ao repasse de dinheiro, mas à existência de um assessor fantasma", disse. Para a promotora, se um assessor realiza um desvio dificilmente se terá uma matéria da ação. "É muito infantil achar que o assesor vai tirar da conta dele para pagar ao vereador. Todos diziam que recebiam e entregavam a este Alex que, posteriormente, entregava a Carballal", explicou, ponderando que o foco da investigando não é só este. "Ele tem um assessor fantasma. Ele mesmo contou que tem um assessor em Brasília e ele justifica-o como sendo um apoio técnico. Digamos até que ele faça trabalhos externos. O MP entende que um vereador tenha trabalhos externos e que o âmbito deste trabalho seja o município pelo qual ele representa. Como um assessor pode estar em outro local que não no município dele"?, questionou.

Para Tourinho, "mesmo que ele diga que não recebia seria muito primário de nossa parte achar que havia alguma transferência. A denúncia se baseia na figura de um assessor fantasma. Ele pode sim recorrer. Já está na Justiça a ação criminal, na qual pelo menos dez pessoas procuraram o Ministério Público. E já demos entrada na ação de improbidade", ressaltou.

O procedimento investigativo teve início com uma representação encaminhada ao MP contra o vereador, segundo a qual ele teria se apossado de vencimentos, total ou parcialmente, de alguns dos seus assessores, entre os anos de 2009 e 2010. Além disso, Carballal teria nomeado alguns assessores que não trabalhavam, com o único objetivo de se apropriar dos seus vencimentos. Caso seja concedida a liminar requerida na ação pelas promotoras de Justiça integrantes do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), Rita Tourinho, Heliete Viana e Patrícia Medrado, deverá ser descontado valores equivalentes a 50% dos vencimentos de Henrique Carballal na folha de pagamento da Câmara Municipal de Salvador. Caso não seja deferido o requerimento de bloqueio salarial ou o valor obtido seja insuficiente, o MP pede a indisponibilidade de bens do acionado no valor mínimo de R$ 1.351.133,42.

Em nota, Carballal afirma que "mais uma vez o meu mandato é atacado com o objetivo de tentar intimidar as minhas ações na câmara de vereadores de Salvador. A minha posição dura em defesa do interesse da população incomoda alguns setores da sociedade que têm seus interesses afrontados. O nosso mandato é e sempre será um instrumento de luta do povo de Salvador e não se curvará diante de tentativas de desestabilização como a que estamos enfrentando. Temos consciência tranqüila do nosso trabalho e nós defenderemos com toda a paciência para que a verdade seja estabelecida".

Rita Tourinho afirma que o MP está trabalhando com fatos e exemplifica a situação: "Digamos até que o assessor, o Alex, mentiu e que todos que nos procuraram também mentiram. Ele mesmo diz que tinha uma assessoria em Brasília ganhando mais que R$ 4 mil. Isso é moral? O MP quer saber se isso é moral e legal". A perspectiva, segundo a promotora, é que "haja o ressarcimento dos danos e que isso sirva de alerta para a população fiscalizar seus vereadores e deputados, pois uma situação desta natureza não deve acontecer".


Nota originalmente postada às 16h do dia 14

Classificação Indicativa: Livre

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