Política

Prefeitura abandona projeto de táxis adaptados

Imagem Prefeitura abandona projeto de táxis adaptados
Por conta disso, mais de 400 mil deficientes físicos enfrentam dificuldades para utilizar o sistema  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/01/2011, às 07h52   Redação Bocão News



O projeto de táxis especiais para usuários como deficientes físicos, obesos, idosos ou pós-operados, elaborado em 2005, foi abandonado pela prefeitura de Salvador. Enquanto isso, mais de 400 mil deficientes físicos, 16% da população soteropolitana, enfrentam dificuldades para utilizar  o sistema individual de transporte. Um decreto, o primeiro sobre o tema no País, chegou a ser publicado no Diário Oficial do Município, em 5 de julho daquele ano, mas nunca saiu do papel.

Existem, atualmente, cinco taxis adaptados para a função, mas que jamais conseguiram ser licenciados para rodar, o que se traduziu em prejuízo para quem aderiu ao sistema. Para se ter uma ideia, os veículos, modelo Renault Kangoo, na época, custaram aproximadamente R$ 36,4 mil e ainda cada motorista teve que desembolsar R$ 4,9 mil pelo elevador para acoplar a cadeira de rodas.

A previsão era que houvesse 50 veículos semelhantes que rodassem pela cidade e tivessem inclusive pontos específicos para eles. Houve uma disponibilização de crédito de R$ 3 milhões para os motoristas que quisessem adquirir o veículo específico e ser treinados para a função, que não poderia ser exercida por taxistas normais. O problema começou na hora de obter um alvará de circulação provisório.

Como a cidade está superlotada de táxis – de acordo com as estimativas da população, deveria ter 5.785 veículos, mas abriga hoje 7.200 - a Gerência de Táxi e Transportes Especiais (Getax) não emite mais licenças para estes motoristas. Entretanto, os motoristas especiais tiveram garantida a emissão de um alvará provisório emitido pela Getax em janeiro de 2006. Para lamento dos condutores, o benefício foi considerado irregular pelo Ministério Público Estadual.

Como o alvará definitivo nunca saiu e nunca houve vistoria, quem investiu na iniciativa perdeu muito dinheiro. Houve quem tentasse comprar alvarás e fosse investigado pela Secretaria de Transportes. O atual secretário, Marcelo Abreu, não foi autorizado pelo órgão a falar sobre o projeto porque, segundo a prefeitura, ainda está conhecendo a Setin, tem menos de um mês no cargo, e não pode conceder entrevistas por enquanto.

Nos últimos quatro anos, passaram pela Setin pelo menos quatro secretários: Nestor Duarte, Almir Mello, Euvaldo Jorge e o atual é Marcelo Abreu. O projeto dos táxis nunca foi retomado. Nesse tempo, outras capitais brasileiras implementaram as frotas especiais. São Paulo conta com 80 carros adaptados; o Rio tem 40; e o Ceará, 30.


Informações de A Tarde

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