Política

César Borges reclama do rigor do TCU na fiscalização de obras

Imagem César Borges reclama do rigor do TCU na fiscalização de obras
Ministro dos Transportes diz que órgão sai do trabalho de controle para ser gestor de obras  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/05/2013, às 10h23   Redação Bocão News (@bocaonews)



O ministro dos Transportes, César Borges, tomou um choque de realidade ao assumir a pasta há cerca de um mês e perceber que as cosias no Brasil mudaram. Ele afirma que antigamente não havia dinheiro para fazer investimentos e que, hoje, há recursos, mas é cada vez mais difícil usá-los. Uma boa explicação para isto, ele acredita, é o que considera o excessivo rigor das instâncias de controle, em especial o Tribunal de Contas da União (TCU).
Borges revela que muitas vezes o órgão solicita inspeções em projetos e orçamentos e, depois de encontrar o que considera irregularidades, trava o processo. Entretanto, não acredita que boa parte das reclamações do TCU se traduza em celeridade real, mas apenas em um processo de atraso de obras e, especialmente, de desvio de função. Para o ministro, o TCU faz o que dele não se espera muitas vezes.
“O TCU a cada dia passa de órgão fiscalizador para gestor de obras. Ele não apenas se contenta em acompanhar os preços, a melhor utilização do recurso público”, reclama. O ministro cita o fato de que muitas vezes o tribunal questiona decisões e solicita informações que são de decisão do gestor da obra. O baiano cita exemplos e afirma que o tribunal considera irregularidades estilos e decisões técnicas em intervenções que, em teoria, nada influenciam no gasto de verbas.
“O gestor da obra é o gestor da obra, o órgão público, e aí ele assume a responsabilidade. Mas se o tribunal quer fazer gestão de obra, complica um pouco”, lamenta. Outra intromissão do órgão, lista Borges, é o fato de que muitas vezes o tribunal considera que há gastos excessivos em licitação de produtos, mas a consulta de orçamentos via internet e na vida real são duas cosias diferentes.
As pressões para baixar custos, ele conta, acabam atrapalhando muitos processos porque, pressionada a baixar ainda mais orçamento, a empresa vencedora da licitação muitas vezes desiste do trabalho. Em teoria, o governo deveria apelar à segunda colocada, mas não raro é preciso iniciar mais uma vez o processo de contratação, o que atrasa indefinidamente muitas intervenções. Apesar disso, Borges afirma que o ministério vem tentando seguir à risca as recomendações do TCU e que a relação da pasta com o órgão é harmoniosa e respeitosa. 

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