Política

Edvaldo Brito chora na Câmara por não conseguir viabilizar projeto

Roberto Viana
Vereador tenta há meses, sem sucesso, incluir matéria em votação e fala em “insensibilidade”  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 23/05/2013, às 06h24   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)



Na luta para tentar colocar em votação um projeto que facilita a concessão de título de entidade de interesse público a creches de Salvador, o vereador Edvaldo Brito (PTB) acabou derramando lágrimas de decepção após a sessão ocorrida na Câmara nesta terça-feira (21). O choro do ex-vice-prefeito da capital ocorreu porque, pela enésima vez segundo ele, a votação do projeto foi inviabilizada devido ao que considera a total falta de sensibilidade dos colegas para com o tema.
No momento em que o vereador trabalhista subiu à tribuna, apenas nove colegas estavam na Casa para lhe ouvir discursar, uma vez que o partido ocupa apenas a penúltima posição na ordem dos discursos. Como discursava para quase ninguém, Brito afirmou ter repassado em sua mente momentos difíceis que acompanhou ao longo da recente caminhada política e também de sua sofrida infância, que passou em grande pobreza na cidade de Muritiba. Portanto, o pranto teria sido inevitável.
Edvaldo Brito afirma que foi eleito apenas com o interesse público de defender os fragilizados órfãos e também os necessitados de atendimento na saúde pública e que não está interessado em fazer capitalização política da miséria alheia. Por conta disto, criticou duramente os colegas de Câmara e disse que não pode ser comparado a estes. Para ele, a atitude dos edis é lamentável a ponto de não poderem ser considerados entes públicos.
“Eu considero que (a negativa em escalar o projeto) seja puro jogo político. Talvez estes vereadores acreditem que, como eles mesmos fazem, que usarei o projeto para fazer jogo político em cima das dificuldades dos necessitados. Mas se pensam isso, não encontrarão eco em mim. Estes homens e mulheres que se dizem públicos foram capazes de deixar que eu, na minha idade, tivesse uma atitude destas (chorar)”, reclamou o advogado de 75 anos.
O trabalhista também lamentou não haver nenhuma manobra jurídica e regimentar que possa fazer com que seu pronunciamento seja antecipado na Câmara e nem que obrigue a Câmara a apreciar seu projeto. Entretanto, não pretende desistir da briga. “Eu estou lutando. Já pedi urgência urgentíssima e não adiantou. Quando o homem não se sensibiliza, podem ser as leis mais bonitas do mundo – e o Brasil está cheio de leis lindas -, mas as coisas não acontecem”, avaliou. 
Segundo o vereador, é possível que o projeto chegue à votação na sessão desta quarta. Entretanto, caso isto não ocorra, a briga segue e na próxima segunda-feira (27) há novas chances e assim por diante. Ele sustenta que, caso as creches consigam os títulos de utilidade pública, as instituições têm maior facilidade para conseguir convênio junto ao Fundo de Desenvolvimento de Educação Básica (Fundeb), promovido pelo Governo Federal mas com verbas distribuídas pelas prefeituras.

Matéria publicada dia 22 de maio às 15h01

Classificação Indicativa: Livre

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