Política

Novo secretário de cultura afirma que a verba é curta

Publicado em 18/01/2011, às 21h43   Luiz Fernando Lima



No bojo dos cinco novos secretários os casos de Domingos Leonelli (PSB) e de Albino Rubim (PT) são diferentes do demais. O primeiro retorna à pasta que comandou durante quatro anos e que se afastou para disputar um assento na Câmara Federal. Já o segundo, tem a sua história construída dentro de universidades e busca transformar em políticas públicas, os conhecimentos adquiridos na Academia.

Na entrevista coletiva, concedida logo após a cerimônia de posse , o secretário de Turismo, Leonelli, destacou os resultados obtidos no setor durante os primeiros quatros anos do mandato. De acordo com o socialista, o crescimento dos investimentos foi significativo, bem como os resultados obtidos.

A principal mudança neste segundo momento é a vinda da Empresa Baiana de Turismo (Bahiatursa) para a estrutura da secretaria. “Essa foi uma decisão do governador, Wagner concordou com alternativa que vínhamos estudando há mais de um ano de enxugar mais as duas máquinas - a da secretaria e a da Bahiatursa -. Temos experiência vivida para saber que precisamos eliminar superposições, que inevitavelmente ocorrem nestas novas organizações como é a Setur que tem apenas quatro anos. Também temos que atualizar a estrutura da Bahiatursa, que já existe há 42 anos no mesmo formato.

Pouca verba

Já o pós-doutor, Albino Rubim, assume a Secretária de Cultura (Secult) com o desafio de mediar conflitos em um setor que necessita de investimentos e que tem um dos menores orçamentos entre as secretarias do estado.

Questionado sobre as verbas destinada à cultura, o novo secretário afirmou que é curta, mas que mesmo assim é possível realizar um trabalho eficiente. “A verba nunca é suficiente. Claro que é preciso mais recursos, tanto que existe uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 150 tramitando no Congresso Nacional que prevê o aumento de verbas federais, estaduais e municipais para a Cultura. É sempre uma área muito carente, se pegarmos os orçamentos de outras secretarias a cultura é sempre uma das mais carentes”.

Rubim também está disposto a diversificar as formas de financiamento cultural. Para ele, pensar em fomentar apenas a criação e produção é um erro grave. “Durante muito tempo se pensou que política de cultura era política de incentivo e isto foi muito ruim para a cultura. Nada contra as leis de incentivos, mas não pode se pensar que a diversidade cultural, que é extremamente rica, possa ser só financiada com leis de incentivo”.

Entre as possibilidades apontadas pelo novo secretário está o Vale Cultura, que é um programa que vem sendo estruturado pelo governo federal e que tem como foco principal ampliar o acesso das pessoas aos eventos culturais. “Eu acho extremamente importante o Vale Cultura, porque ele é um tipo de financiamento à cultura que não financia a produção, financia o consumo à cultura. Em geral, as políticas culturais elas se voltam a financiar a criação e a produção. A gente esquece que para que cultura viva ela tem que ter distribuição, circulação, tem que ter consumo e tem que ter políticas públicas voltadas para estas áreas”, afirmou.

O professor também falou sobre a experiência que vai vivenciar no cenário político. Já que dedicou a maior parte de sua carreira profissional dentro da universidade. “Eu espero que não tenha nenhum preconceito contra os acadêmicos ou contra os estudiosos. Afinal de contas não tem nenhum sentido que existam acadêmicos e estudiosos se estes não puderem fazer com que os seus conhecimentos não tenham repercussão práticas nas vidas das pessoas. Eu acho que maior função da Academia é desenvolver um conhecimento que seja útil para a sociedade”, concluiu.

Fotos Aristeu Chagas // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp