Política

Novo projeto sobre IPTU causa desconfiança na bancada da oposição

Imagem Novo projeto sobre IPTU causa desconfiança na bancada da oposição
Nova proposta do prefeito ACM Neto deve chegar à Câmara em julho  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/06/2013, às 18h07   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)



A votação da reforma tributária ainda repercute na Câmara Municipal de Salvador. Na sessão ordinária desta segunda-feira (10), o vereador Arnando Lessa (PT) criticou a postura da maioria da Casa, que aprovou, por 29 a 12, o polêmico projeto do Executivo Municipal. Mais do que isso: o petista revelou o temor da bancada da oposição em relação ao projeto do prefeito ACM Neto, que trata especificamente da alíquota do IPTU, e que, de acordo com informações dos bastidores, deve chegar ao Legislativo no mês de julho.

“A cidade ainda está de ressaca por causa da aprovação da reforma tributária. Os efeitos colaterais dessa reforma serão enormes. As pessoas estão começando a tomar conhecimento a partir de agora. Demos um cheque em branco ao prefeito ACM Neto e será a população quem irá pagar por isso. O povo só vai acordar de vez quando receber o carnê do IPTU de 2014”, declarou Arnando Lessa.



Sobre o novo projeto que trata, especificamente, do IPTU, Lessa afirmou que ficou sabendo através de colegas da Casa.

“Soube que chegará depois do recesso, em julho, esse novo projeto. Estão querendo privatizar o patrimônio financeiro da prefeitura. Esta Casa precisa cumprir o seu papel e ficar ao lado do povo”, afirmou Lessa.

“Tchan” de Neto

Depois da aprovação da reforma tributária e do anúncio de que “vem mais um” em julho, os vereadores Sílvio Humberto (PSB) e Aladilce Souza (PCdoB) também demonstraram temor em relação ao projeto sobre o IPTU.

“Passou a primeira, o resto vem depois. Agora temos uma nova oportunidade de fazer isso em relação ao IPTU. De que adianta o Sebrae, se ele trata desigualmente o pequeno e o grande?”, questionou Sílvio Humberto.

Já a vereadora Aladilce Souza utilizou uma música antiga do Grupo É o Tchan para satirizar o projeto do prefeito que, na opinião da comunista, “mais uma vez irá prejudicar a população”.



“O prefeito disse que não iria aumentar os impostos, mas, na verdade, não é isso que estamos vendo. É que nem aquela música: A primeira faz tchan, a segunda faz tchan e a terceira faz tchan than tchan tchan tchan”, ironizou Aladilce Souza.

“Fundamental” para a cidade 

Se os vereadores da oposição questionam os benefícios da reforma tributária para a população, a bancada do governo e o próprio prefeito ACM Neto consideram a aprovação dos projetos de lei fundamental para a cidade.

Diferentemente do afirmou Lessa, o vice-líder da bancada da situação, o vereador Léo Prates (DEM), não vê ressaca e nem problemas na aprovação da reforma. Muito pelo contrário.

“Essa Casa, com a aprovação desta proposta de reforma tributária, deu uma grande demonstração de espírito público e amor à cidade. Não vejo nenhuma ressaca. Estamos todos trabalhando e continuaremos pelo melhor para Salvador”, rebateu Léo Prates.

O líder da bancada do governo, Joceval Rodrigues (PPS), foi ainda mais incisivo e considerou “ridículas” as acusações da oposição. “Como podem afirmar que os impostos estão sendo privatizados se as empresas são de economias mistas e a própria Câmara Municipal de Salvador tem o dever de fiscalizar todo esse processo? São ridículas essas afirmações. Coisas de quem não têm argumentos. A cidade precisa aumentar a arrecadação. Trata-se da terceira maior população do Brasil e a penúltima arrecadação. A aprovação foi fundamental para começarmos a reverter esse quadro”, afirmou Joceval Rodrigues.



Sobre o novo projeto, Joceval Rodrigues preferiu não comentar. “Ainda não chegou à Câmara e esperaremos chegar para comentar. O que posso adiantar é que, a exemplo do projeto da reforma, discutiremos com a população e com toda a Casa para votarmos o melhor para a cidade”, completou o líder do governo.

Classificação Indicativa: Livre

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