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Polêmica: Aleluia critica projeto da ponte Salvador-Itaparica

Imagem Polêmica: Aleluia critica projeto da ponte Salvador-Itaparica
Secretário municipal propõe mudanças e questiona a funcionalidade da obra estadual  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 11/06/2013, às 12h07   Redação Bocão News (Twitter:@bocaonews)



secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, não observa a construção da ponte Salvador-Itaparica com o mesmo entusiasmo do Governo estadual. Para Aleluia, a obra que visa ligar a capital baiana à ilha é importante, mas a revitalização do porto é mais emergente e trará mais retorno e recursos para a população baiana, sobretudo a soteropolitana. 
“A ponte é um assunto relevante. Não pode servir de muro ou trazer qualquer tipo de obstáculo ao entendimento entre o município e o Estado, mas são necessárias algumas considerações”, disse durante palestra sobre o tema, na ABI, segunda-feira (10).

Para o secretário, os ciclos de desenvolvimento econômico na Bahia estão se esgotando, a exemplo do Pólo Petroquímico, do ciclo automotivo e do turismo. Por outro lado, ele avalia que a oportunidade logística que o porto de Salvador oferece hoje não é bem aproveitada. Aleluia propôs um projeto com novo traçado, integrando a ponte, o porto, ferrovia e rodovias, distante das ilhas, em águas profundas, reduzindo, segundo ele, o impacto da obra sobre o meio ambiente, a paisagem, a cultura e a mobilidade, em Salvador e Baía de Todos-os-Santos.

“Vamos buscar soluções novas”, reiterou, alegando que a Via Expressa -  que liga a região portuária de Salvador à BR-324 - não foi projetada para receber o volume de tráfego a ser gerado pela ponte, caso ela seja erguida com o desenho atual. “Se não der nó na entrada, vai dar na saída”, prevê o secretário, sobre a probabilidade de a ponte gerar graves transtornos ao tráfego e danos ao patrimônio arquitetônico do centro antigo de Salvador, patrimônio da humanidade. Segundo ele, a Prefeitura vai insistir em estudos aprofundados, a fim de evitar que o projeto crie ainda mais congestionamentos e gere impactos negativos sobre os ativos históricos e culturais da capital.
Aleluia ainda questionou a importância da construção da ponte levando em conta o cenário local, regional e mundial. Segundo o secretário, há uma lacuna de criatividade na Bahia, que deixou de ser referência em setores importantes, perdendo espaço para os estados de Pernambuco e Ceará. O investimento inicial do projeto está orçado em R$ 7 bilhões, podendo alcançar os R$ 12 bilhões, segundo analistas.
Aleluia disse ainda esperar que a empresa contratada pelo Estado realize estudos avançados e não apenas exerça papel de validador do projeto. Aspectos de engenharia do atual projeto como o caráter estaiado da ponte (suspensa por cabos constituída de um ou mais mastros) e a existência de vãos móveis no equipamento também são questionáveis, segundo o secretário, destacando que acabam por onerar os custos de manutenção. “Nesse ramo as soluções estáticas são mais seguras e econômicas. Tem que ser simples, evitando modismos”, concluiu.

Nota originalmente postada às 7h do dia 11

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