A edição deste mês da revista “Poder”, liderada pela jornalista e colunista Joyce Pascowitch, dedica a capa ao prefeito de Salvador, ACM Neto, em reportagem que busca traçar o perfil de gestor do político jovem baiano mais bem-sucedido de sua geração. Em uma visita ao Palácio Thomé de Souza, Joyce analisa as palavras, ações e gostos do prefeito e especula sobre o quanto seu avô deixou em si e o quanto há de “verdade” na atitude do gestor.
A herança de ACM avô sobre o neto é tema de boa parte da reportagem, a qual tenta comparar as personalidades e até mesmo repassa um pouco da relação entre ambos, quando o ex-senador ainda era vivo. Segundo Neto, ACM não preferia o primo do prefeito e filho do falecido senador Luiz Eduardo Magalhães. De acordo com interlocutores, ACM chegava a “expulsar” Neto de onde estava sentado para que Luiz Eduardo Júnior, o “Duquinho”, se sentasse. Para o demista, isto não existia e o primo nunca teve pretensões políticas.
Porém, ACM Neto disse ter aprendido a lidar com o avô em ação que classificou como uma espécie de evasiva do combate. “Aprendi desde muito novo a lidar com meu avô. Reconhecer o momento em que ele estava de bom e de mau humor. Não ficava batendo boca. Eu sumia. Passava 10 dias desaparecido. Isso o deixava louco”, contou. Para provar que era digno de confiança, acelerou o curso de direito, casou-se e teve filhos cedo. E se elegeu deputado federal aos 23 anos. Tudo isso entre a conhecida predileção por festas, sobre as quais preferiu não falar na reportagem.
Joyce Pascowitch também dá grande destaque à figura estética do prefeito e sobre a questão relativa a seu patrimônio. Declaradamente possuidor de fortuna de R$ 13,3 milhões, ele anda com um jipe Land Rover, com exemplares das mais suntuosas peças de roupas e relógios e também o aspecto “imexível” de seu cabelo. As madeixas, inclusive, foram tema de pedido para fotos posteriores, para que o prefeito pudesse podá-las de acordo. “Só tenho um problema na vida, meu cabelo”.
A conclusão do perfil ficou para o último parágrafo da reportagem. Ao testemunhar uma ligação telefônica em que ACM Neto discutia com um interlocutor que parecia querer obrigá-lo a pagar uma divida herdada da administração anterior, o prefeito foi classificado como uma figura política que não convence em seu papel. “Há qualquer cosia na valentia do prefeito que não convence: é como se ele estivesse apenas ‘reproduzindo’ o papel de um político clássico. Seu avô? Vai saber.”
Nota originalmente postada às 11h do dia 18
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