Política

“PT precisa ser mais ousado nas mudanças”, diz Jonas Paulo

Roberto Viana
Para o presidente da sigla na Bahia, há um movimento para desestabilizar a democracia brasileira  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 26/06/2013, às 10h05   Juliana Costa (Twitter: @julianafrcosta)


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As manifestações que ocorrem em todo o País nas últimas duas semanas já são consideradas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) um pontapé inicial para mudanças internas. Em conversa com o Bocão News, o presidente da sigla na Bahia, Jonas Paulo, afirma que as ações dos governos petistas precisam ser mais “ousadas”.

De acordo com ele, as manifestações mudam o quadro das candidaturas para o ano que vem. “Mudam porque, ao mesmo tempo em que as subjacentes da força conservadora querem dar um rumo nela, o que está na agenda são pautas progressistas. O Movimento Passe Livre é uma pauta de esquerda e progressista e mostra que o PT precisa ser mais ousado no governo. Isso nós temos clareza e estamos dizendo ao governador, estamos discutindo nacionalmente que nós precisamos ser mais ousados nas mudanças”.

Ainda de acordo com ele, apesar da manifestação não ser direcionada ao PT, é o partido que toma responsabilidade por elas. “Para o PT é uma lição, tem um recado para o partido. Demos atenção à governabilidade, mas não podemos ser reféns dela para continuar fazendo a mudança porque a gente fica com o freio de mão puxado e com ele puxado não se faz transformação. E por isso entendemos que é colocado ao PT a responsabilidade de seguir mudando a Bahia”.

Militantes petistas também estão envolvidos nas manifestações. Segundo Jonas Paulo é o momento para discutir internamente os próximos passos. “A sociedade depositou as suas esperanças na mudança, no combate à corrupção, na democratização do estado e isso nós temos que responder à altura para a população brasileira. Então nós estamos envolvidos nas manifestações e mobilizando nossa militância. Estamos indo para as manifestações também, pois a agenda é ampla”.

Para o petista existe ainda uma movimentação nas ruas para desestabilizar a democracia brasileira e as ações já conquistadas pelo PT. “Nós não temos problema nenhum em debater todas as questões, agora temos que ter atenção, pois há um movimento nos subterrâneos dessa movimentação que quer desestabilizar a democracia brasileira. Já fez isso na Venezuela, no Equador, no Chile, na Argentina, nos últimos sete anos, a mesma tática de querer desestabilizar os governos democráticos e a gente tem que ficar atento porque o Brasil não pode voltar atrás. Nós não podemos voltar a ser um país dirigido e orientado pelas potências estrangeiras como um governo subserviente aos interesses internacionais. Isso Lula libertou o país, então nós temos que deixar claro isso para as pessoas”.

Já o prefeito de Camaçari, Ademar Delgado, acredita que as manifestações não mudam o quadro petista. “Não acho que interfere, pois esse movimento, pelo menos o que tenho visto, não é um movimento partidário e sim suprapartidário. Porque ele vem sendo feito em todos os estados, onde se tem diversos opositores. Em São Paulo, por exemplo, há o governo do PT na capital e do PSDB no estado. Minas é PSDB. Rio é PMDB e na Bahia é PT e DEM. Então isso não tem um alvo declarado. O movimento é contra a política errada, contra a política do mal feito.

PED

Sobre o Processo de Eleição Direta (PED) do partido, Jonas Paulo garante que não haverá uma candidatura única e que o diálogo com os militantes precisa ser maior. “Nós precisamos aumentar o diálogo com a militância e isso é também uma lição que estamos vivendo nesse momento importante e o PED é um caminho para isso. Aqui no estado, o companheiro Everaldo Anunciação começa a aglutinar grande parte do partido. Estamos discutindo a nossa candidatura para o governo analisando que o povo quer mais mudanças e em um ritmo mais acelerado”.

Mudanças

Nesta segunda-feira (24), a presidente Dilma Rousseff propôs cinco pactos nacionais. Responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte e educação estão na pauta. Para a reforma política, a presidente apresentou a proposta de convocação de um plebiscito para que o eleitorado decida sobre a convocação de um processo constituinte específico.

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Nota originalmente postada às 16h do dia 25

Classificação Indicativa: Livre

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