Apesar do acúmulo cada vez maior de denúncias contra sua gestão desde o mandato de João Henrique até a prefeitura de ACM Neto (DEM), o secretário municipal de Educação, João Carlos Bacelar, permanece impassível no cargo e, aparentemente, nada o tira de lá. A aparente invencibilidade de Bacelar à frente da pasta é interpretada pelo líder da Oposição na Câmara de Vereadores, Gilmar Santiago (PT), como uma questão de “mãos atadas” do prefeito em relação ao PTN, partido de Bacelar.De acordo com o petista, Bacelar não será retirado do cargo e Neto continuará a “empurrar com a barriga” a situação do secretário por conta da bancada do partido na Câmara. Ao todo, o PTN tem seis edis na Casa, sendo a maior bancada partidária na atual legislatura. “Se ele fizesse esse afastamento (de Bacelar), isso poderia colocar em risco a sua base de sustentação. Então eu acredito que ele não vai levar em consideração essas questões”, desanimou Santiago.
Mesmo assim, ele acredita que se o prefeito fosse “ético” e “trabalhasse com lisura”, deveria se posicionar em relação a mais um escândalo na gestão de Bacelar. “Essas denúncias têm que ser apuradas à exaustão”, afirma. Porém, não acha que Bacelar será retirado do cargo e que a população precisa ficar atenta para, nas próximas eleições, não fortalecerem um ente político que se torne imune a punições e prejudique a cidade.
De acordo com as informações de bastidores, o apoio de João Henrique a ACM Neto nas eleições de ano passado nunca foi assumido nem declarado, mas girou em torno exatamente no fato de haver fortalecimento local do PTN. Além disto, a manutenção de Bacelar na gestão era uma das condições, de forma que houve grande transferência de votos da base do ex-prefeito para a campanha do demista. A exoneração de Bacelar poderia fazer o prefeito perder de vez o problemático PTN, que raramente está unido e exige intervenções da diretoria constantemente para alinhar discurso.
Nota originalmente postada às 8h29 do dia 19
