Política

Projeto da oposição precisa de adesão de partidos da base

Imagem Projeto da oposição precisa de adesão de partidos da base
Construção da união pode ficar incompleta se grupo não aumentar de tamanho  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/07/2013, às 06h10   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)



A falada união das oposições da Bahia para a construção de um projeto sólido e viável no ano que vem para tirar do PT o Governo do Estado está construída. Entretanto, para o plano dar certo, é preciso que DEM, PSDB e PMDB agreguem mais siglas ao grupo em busca de aumentar a influência, eleitorado e, especialmente, tempo de rádio e TV. Atentos ao fato, oposicionistas argumentam que a possibilidade existe, é positiva e está no horizonte do grupo para 2014.
No cenário da Bahia, duas legendas que podem deixar o grupo de Jaques Wagner devido às marés são o PDT e o PP, com especial foco neste último. O partido dos deputados federais Mário Negromonte e João Leão atualmente está na base, mas nada pode garantir que a sigla se mantenha em um mesmo grupo durante muito tempo. No plano de Salvador e da Região Metropolitana, por exemplo, há rachas e episódios de vai-e-volta entre pepistas e petistas nos últimos anos.
Em Lauro de Freitas, em 2008, Leão e Moema Gramacho (PT) disputaram uma eleição ferrenha e em alguns pontos até desleal pela prefeitura. O nível de acirramento do pleito foi tamanho que, hoje, onde um está é garantia de não estar o outro. Em Salvador, no mesmo ano, o PP tinha João Henrique na disputa contra Walter Pinheiro, mas em 2012 migrou para o lado de Nelson Pelegrino. Durante todo este tempo, o PP esteve na base do governador e já chegou a ser quase tão forte quanto o próprio PT. Por ter uma grande quantidade de votos fieis, pode ser o fiel da balança no próximo processo eleitoral.
Já a instabilidade do PDT se deve ao desejo do deputado estadual Marcelo Nilo de se viabilizar como candidato ao Governo do Estado. Com o passar do tempo e o fechamento do cerco do nome em torno do secretário da Casa Civil Rui Costa, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia perdeu força no projeto de construção do próprio nome. Mesmo assim, ainda não abandonou o projeto e não pode ser considerado carta fora do baralho caso queira sair candidato de qualquer maneira.
Um dos defensores de que Nilo lance sua candidatura a qualquer custo é o deputado federal Félix Mendonça Jr. Ao Bocão News, o pedetista afirmou que ou Nilo sai ao governo ou sequer se coloca como possibilidade. Quem também tem histórico de se animar com as possibilidades de aumentar a influência e poder do partido é o ex-federal Marcos Medrado, um dos quadros mais influentes do partido e também da política baiana. A estes interesses pode se somar a sedução do futuro projeto da oposição, o que deixa a porta aberta no PDT.
O presidente do DEM baiano, deputado estadual Paulo Azi, argumenta que a dinâmica da política atual pode perfeitamente fazer com que um destes partidos saia do grupo e resolva unir forças com a oposição. Para o parlamentar, as siglas na mira da oposição são aquelas que “gravitam em torno do governo” e que “se queixam muito do tratamento recebido” por este. Não é novidade que, na base, os melhores caminhos são reservados aos petistas ou, no máximo, aos aliados historicos.
“O bloco pode aumentar a depender do que pode acontecer, do cenário geral. Quanto mais partidos nós tivermos, melhor para a oposição”, opina. Entretanto, prefere cravar que, por enquanto, o esforço do bloco é manter unida a coligação que elegeu ACM Neto em Salvador. Apenas depois disso uma eventual construção de mais partidos será levada mais a sério. Por sua vez, o deputado estadual peemedebista Lúcio Vieira Lima prefere pensar que, não importando a quantidade de partidos da oposição, o que se precisa é a união em torno de um nome capaz de unir o discurso oposicionista.
Vieira Lima também entende que os ditames da política federal podem influenciar na construção do grupo na Bahia, a exemplo a da possibilidade do PP conquistar a vice-presidência na candidatura do senador Aécio Neves, o que poderia forçar a saída do partido da base. Entretanto, garante que o PMDB baiano, ao menos, se manterá independente em seus propósitos de crítica ao governo atual. Os humores dos outros partidos, contudo, são de responsabilidade de cada um deles.
“Acho que quanto mais partidos melhor. É natural que todos os partidos tenham seus candidatos. O que temos é de ter juízo para juntar todos e anunciar no tempo certo o nosso projeto. A oposição só ganha se se unir em torno de um único nome. Mas logicamente que tirar partidos da base para nós é positivo”, avalia. Lúcio acredita que o nome do irmão, Geddel, é o melhor para a disputa, mas cede ao dizer que o PMDB não será empecilho para a construção do projeto comum. 
“Na política pode acontecer de tudo. Há 30 dias, as eleições estavam definidas e agora não estão mais”. Ele acrescentou ainda que todas as pesquisas atuais que citam três ou mais candidatos de oposição na mesma disputa são descabidas e não representam o que acontecerá ano que vem, uma vez que as suposições dividem e enfraquecem o bloco.

Publicada no dia 22 de julho de 2013, às 16h30

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp