Governo recua na política de reforma agrária, revela dirigente do MST
Publicado em 25/07/2013, às 18h32 Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)
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Durante o evento da última quarta-feira (25) as principais lideranças petistas Lula e Dilma Rousseff, ex-presidente e atual presidente da República, comemoraram os avanços conquistados nos últimas dez anos e reconheceram a necessidade de dedicar mais tempo para ouvir os movimentos sociais e as vozes das ruas para manter a singularidade do partido.
Neste sentido, as declarações do dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Márcio Matos caem bem. A liderança dos trabalhadores rurais confirma os avanços, mas faz uma critica dura quando o assunto é reforma agrária na gestão Dilma Rousseff. “É preciso retomar as atividades de reforma agrária. O governo Dilma deu uma parada brusca no processo de desapropriação de terra”.
Marcinho, como é conhecido, fez uso das declarações do ex-deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Adão Pretto, morto em 2009, reconhecido ativista do movimento agrário. “sem feijão não se faz feijoada e sem desapropriação de terra não se faz reforma agrária. É preciso retomar a desapropriação de terras no país. É preciso assentar as famílias que estão acampadas e nós, enquanto movimento social, temos que pressionar o governo para mais políticas públicas”.
Questionado sobre os programas de créditos, tais como o lançado em Salvador para o semiárido – Programa Nacional de Fortalecimento da Agriculta Familiar (Pronaf) -, Marcinho não tira o mérito, contudo, avalia como insuficiente para atender às demandas do integrantes do MST. Destaca que os números são incontestáveis, bastando que se levante a quantidade de requisições atendidas pelo Banco do Nordeste e do Brasil.
“O crédito para o semiárido é importante, mas no caso específico dos assentamentos é preciso que o governo apresente uma proposta de crédito para a reforma agrária. Recentemente, o Incra acabou com a política de crédito que tinha para os assentamentos e não instituiu uma nova. Existe um vácuo e é preciso que o Ministério da Reforma Agrária e o Incra digam como é que os assentados vão acessar o crédito”.
Barrados
Durante o seminário realizado na última quarta-feira (24) no Hotel Othon Palace houve uma tentativa de impedir a entrada de cerca de 40 integrantes do MST que chegaram quando o evento já estava iniciado. Com o argumento de lotação, a segurança tentou bloquear a entrada.
Como pode ser visto, os militantes não recuaram e avançaram furando o bloqueio e provocando um impasse entre os seguranças. Houve denúncias de que arma de fogo foi puxada e a reportagem do Bocão News viu alguns seguranças com spray de pimenta nas mãos, no entanto, o bom senso imperou e os militantes, que estavam devidamente inscritos, tiveram acesso ao auditório e os seguranças, apesar de frustrados, não impuseram represálias.
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