Deputados retornam lentamente às atividades

Publicado em 06/08/2013, às 09h20 Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)

Durou 34 dias o intervalo entre o primeiro e segundo semestre das atividades parlamentares na Assembleia Legislativa da Bahia. Os deputados estaduais afirmam que o período é de recesso e utilizado para visitação das bases e outros trabalhos, enquanto manifestações populares demonstram outro entendimento.

A despeito da interpretação dada para o período, o fato é que no plenário do Palácio Luís Eduardo Magalhães o clima é de reencontro profissional. Apertos de mãos e efusivos abraços trocados entre “iguais”. Entre os destaques desta segunda sessão ordinária vale o registro das “calorosas” saudações a João Carlos Bacelar (PTN), deputado licenciado por quase três anos, período que assumiu a secretária municipal de Educação de Salvador, que retornou ao Legislativo.

Os primeiros discursos deste mês de agosto deram continuidade aos do primeiro semestre. Sandro Régis (sem partido), membro da oposição, voltou a afirmar que a “Bahia está perdendo a guerra para violência”. Luiza Maia (PT) levantou suas bandeiras pelo “Voto Aberto”. Álvaro Gomes (PCdoB) defendeu que o mês sem atividade parlamentar foi recesso e não férias.

Coube ao presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), aquecer as discussões. O pedetista respondeu às acusações feitas pelo deputado Elmar Nascimento (PR) na última quinta-feira (1º) – primeira sessão do semestre. Na ocasião, Nascimento afirmou que Nilo estava exercendo tráfico de influência no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para beneficiar Adolfo Menezes (PSD), também deputado, mas que foi eleito prefeito em Campo Formoso e renunciou com receio de ser cassado.

Presidente e deputado não chegaram a “bater boca”, mas Nilo deixou registrado que irá interceder sempre em favor dos deputados. “Todas as vezes que o caso de Campo Formoso for julgado estarei lá. Não para influenciar magistrado, mas para apoiar o deputado Adolfo, como faria com qualquer outro parlamentar daqui”.

Elmar Nascimento, contudo, não foi convencido pelo presidente. O parlamentar ressaltou que um processo de escolha do novo desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, o “Quinto Constitucional”, está em curso e da lista sêxtupla um trio será selecionado. Cabendo ao governador Jaques Wagner a indicação. Nesta relação, dois membros da corte do TRE - Roberto Frank e Maurício Kertzman - buscam a vaga no TJBA.

A discussão não se estendeu. Mas a troca de argumentos foi posta. Ato contínuo, o próprio Adolfo Menezes utilizou a tribuna para explicar, novamente, que não cometeu os atos tidos como “crimes eleitorais” de má-fé. “Fiz o mesmo que outros candidatos. Os outdoors foram feitos como o próprio ACM Neto fez em Salvador”. Sobre o contrato com a rádio local e as entrevistas pagas com “verba indenizatória”, outro ilícito investigado, Menezes argumenta que o documento é semelhante ao assinado pelo grupo apoiado por Elmar Nascimento.

Ficou nisso.

Apesar do painel registrar a presença de 50 deputados, o plenário estava vazio. Nada diferente de sempre. Na primeira sessão, realizada na última quinta-feira, 18 deputados faltaram à reabertura. Na desta segunda-feira (5), no início, 17 estavam ausente, mas deu tempo de chegar e no final apenas 13 não apareceram.

Na próxima quarta-feira (7), os parlamentares estarão em Paulo Afonso, norte do Estado, onde acontece a Assembleia Itinerante. Projeto mantido pelo presidente, com a adesão de alguns pares e sob as criticas de tantos outros.

Publicada no dia 05 de agosto de 2013, às 18h36

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