Governador de São Paulo à época em que houve o suposto “cartel” de empresas para concorrência de obras no metrô de São Paulo, o tucano José Serra esteve em Salvador na tarde desta terça-feira (6) para uma visita às Obras Assistenciais de Irmã Dulce (Osid). Entrevistado por jornalistas sobre a situação que atravessa na capital paulista, Serra preferiu comentar um assunto mais “fácil” dizendo que o metrô de Salvador é “um escândalo”.
“É um escândalo porque está assim desde o final dos anos 90. Era uma linha de 12 km que foi dividi por dois e não sai do lugar. Enquanto isso, o Governo Federal está tocando o projeto do trem bala”, desviou o ex-governador paulista. Ele criticou o fato de que o dinheiro gasto para uma obra que não funciona vem todo de fontes federais.
José Serra também fez vistas grossas para o fato de que a construção do metrô foi feita durante o segundo mandato do ex-prefeito tucano de Salvador Antônio Imbassahy e afirmou que a principal responsabilidade estava sobre os governos do ex-presidente Lula em Brasília e de João Henrique em Salvador. “Quando o Imbassahy fez a promessa, não havia dinheiro”, justificou.
Pela primeira vez desde que houve as denúncias veiculadas pela Folha de S. Paulo na semana passada, Serra falou sobre o episódio e defendeu unicamente que haja investigações sobre o fato, uma vez que seria do interesse do governo descobrir eventuais irregularidades. “Se teve realmente conluios e et cetera, é todo o interesse do governo de São Paulo saber, até para que seja ressarcido o prejuízo que isso tiver causado”, limitou-se.
Ma matéria publicada na última semana, a empresa de telecomunicações Siemens denunciou que, à época de governos coordenados pelo PSDB no estado de SP, as gestões incentivaram a formação de um grupo que semrpe venceria as licitações para obras de expansão das linhas de metrô na cidade. A denúncia foi apresentada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e, posteriormente, o governo negou qualquer ligação com o suposto esquema.
Permanecendo fora da polêmica local, Serra aproveitou para criticar a gestão de saúde do governo Dilma indicando como exemplo as Osid. Serra, que é ex-ministro da Saúde, disse que cada leito no local custa R$ 100 anuais em repasses do governo. “Apenas R$ 80 por mês”, ressaltou. Serra lembrou também que os investimentos em Saúde diminuíram de um ano para o outro recentemente e que o governo tucano anterior investia muito mais na pasta, o que ocorria sem “efeitos especiais”.
Postada às 17h08 do dia 06 de agosto