Política

Caos em Ilhéus: prefeito joga a culpa no governo anterior

Andrei Sansil
Em entrevista exclusiva, Jabes Ribeiro alega que problemas são oriundos de Newton Lima (PT)  |   Bnews - Divulgação Andrei Sansil

Publicado em 21/08/2013, às 13h47   Juliana Costa (Twitter: @julianafrcosta)


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Em entrevista exclusiva ao Bocão News na noite desta terça-feira (20), o prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro (PP), falou sobre a greve dos servidores municipais, que já dura um mês, e sobre denúncias de irregularidades em sua gestão. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ilhéus, Luiz Claudio Machado, o pepista teria demitido funcionários dos Postos de Saúde da Família, não contratado professores e aumentado os cargos comissionados da prefeitura.

“Os postos de saúde estão sem pessoas para trabalhar. Estão fechados há meses. O prefeito os demitiu sem nenhum argumento. Sabemos que a verba está chegando, mas para onde está indo não sabemos”, disse Machado.

Sobre o funcionamento das escolas municipais, o sindicalista dispara: “há oito meses as escolas estão sem aulas. Isso é um absurdo. Temos problemas também com a empresa que faz a coleta de lixo que está trabalhando aqui sem licitação”.

Para os servidores, a prefeitura não tem recurso para o reajuste salarial devido ao aumento de cargos comissionados. “Não tem dinheiro para aumentar nossos salários porque o prefeito aumentou absurdamente o número de cargos comissionados. A situação aqui está um caos”, completa.

Ainda de acordo com o presidente do sindicato, um relatório foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia que investiga as denúncias.

Jabes Ribeiro explica que a situação caótica da cidade muito se deve ao governo anterior, de Newton Lima (PT). O prefeito afirma que recebeu o município com as contas ultrapassando os limites da Lei da Responsabilidade Fiscal. “Em 2011, 64% do orçamento ia para a folha de despesas pessoais. De janeiro a maio deste ano fomos para 68,3%. Portanto muito acima do previsto em lei que é 54%. Isso é inaceitável e se continuar assim teremos grandes problemas gerenciais na Educação e Saúde”.

Educação

De acordo com o prefeito, até o fim do ano passado eram 400 profissionais contratados. Com o contrato findado, a prefeitura decidiu não contratar novos funcionários, em uma tentativa de economizar. A ação atrasou o início das aulas. “Tentei evitar a contratação para não aumentar os custos, mas não houve condições e então contratamos apenas 158 professores substitutos no mês de maio. Eles já estão todos contratados e se não há aulas é por conta da greve”.

Saúde

Ribeiro também alega que recebeu o setor com o número de contratações acima do permitido. Por isso as demissões. “Os postos estavam funcionando, mas com um número reduzido de funcionários, devido aos mesmos problemas de custos. O que fizemos agora para tentar resolver a situação é nos habilitar ao Programa Mais Médicos. O município necessita mais ou menos de 50 médicos. E nos adequar ao orçamento do município".

Cargos Comissionados

O prefeito negou a contratação de novos funcionários para a prefeitura e garantiu que demissões foram feitas. “Não é verdade. Nós reduzimos em 43% os cargos comissionados”.

Reajuste salarial

Apesar da situação caótica na cidade, quando diversos serviços essenciais estão parados, o prefeito alega que só irá negociar com as categorias após receber do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) um documento com informações do que é necessário pagar aos servidores. “Fazer qualquer aumento agora significa atrasar os salários e deixar de pagar o décimo terceiro. Isso não é interessante para ninguém. Portanto, vamos aguardar o TCM nos informar para então sentar com os servidores, negociar o reajuste e readequar nossas contas”.

Enquanto isso, a cidade continua parada.

Nota originalmente postada às 18h do dia 20

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