Política

Secretário defende imitar o Rio no combate ao tráfico

Publicado em 30/01/2011, às 14h26   Redação Bocão News


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Em entrevista concedida ao Correio*, o novo secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, 34, identifica no tráfico de drogas uma das principais causas da crescente violência que se instalou na Bahia. De acordo com o jovem secretário, ramificações de grandes quadrilhas do crime organizado de São Paulo, especialmente de traficantes, atuam na venda e distribuição de drogas no território baiano.

Traçado o diagnóstico, o secretário aponta como receita para deter o crescimento e poderio dessas quadrilhas a sua desarticulação. De acordo com Maurício Barbosa, já levantadas as rotas de entrada das drogas no estado e identificados os maiores traficantes, suas ligações com São Paulo e área de atuação. Resta agora aguardar o momento exato para agir.

Outra linha de ação defendida por Barbosa é o policiamento ostensivo para reprimir o tráfico no varejo da droga. Segundo ele, a disputa pelos pontos de venda de drogas é um fator relevante para u aumento do índice de homicídios.

Espelhado no modelo de ação dos centros que decretaram guerra ao tráfico, como o Rio de Janeiro, Colômbia e México, o secretário acredita que é necessário tirar do traficante seu território de atuação, onde ele finca suas bases e desenha a cara da sua facção, e também confiscar seus bens para enfraquecê-lo financeiramente.

Mesmo considerando que a situação da Bahia ainda não chegou aos níveis do Rio de Janeiro, de acordo com Barbosa, a Bahia terá que seguir a mesma lógica de mercado adotada pelo Rio.

Para ele, não é possível perder tempo com experiências novas, o melhor é os modelos que já demonstraram eficiência, adaptando à realidade local.

Por isso, o secretário defende que a ronda nos bairros seja para áreasmenos críticas e as Bases Comunitárias implantadas em regiões onde há o domínio do tráfico.

De acordo com Maurício Barbosa, as quadrilhas de narcotráfico que atuam na Bahia trabalham principalmente com a venda de crack, tendo à frente traficantes violentos. A droga, diz ele, é barata e tem um público consumidor de baixo poder aquisitivo.

A prisão dos chefes do tráfico na Bahia aumento, segundo secretário, a disputa pelo controle de pontos de Vanda de drogas, razão apontado por ele como uma das responsáveis pelo crescimento do índice de homicídios.


Na leitura de Maurício Barbosa, a entrada da droga no cenário local refletiu diretamente no índice de violência dos maiores centros do estado, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, e nos nas cidades pólos turísticos, como Salvador e Porto Seguro.  

O secretário entende que a ligação entre o tráfico e o roubo a banco é “visceral” e diz que a maioria das quadrilhas com atuação em roubo de banco conta com a participação de integrantes de São Paulo.

Para o secretário da Segurança Pública, a Bahia sofre muito mais a influência dos criminosos de São Paulo do que do Rio de Janeiro, por isso deve se preocupar mais com eles.

Segundo Maurício Barbosa, o tráfico de drogas de São Paulo é que alimenta os bandos de assalto a bancos que atuam em território baiano, fornecendo arma e matéria prima para a ação desses bandidos no interior do estado.

Mas Maurício Barbosa reconhece que esses bandos contam com a fragilidade do sistema policial do interior. Para enfrentar essa modalidade criminosa, ele aponta o fortalecimento da investigação, informando que 120 novos policiais foram preparados para atuar em missões especiais que buscam identificar e desmontar tais bandos.

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