O prefeito ACM Neto, em entrevista coletiva concedida na última quinta-feira (22), no Palácio Thomé de Souza, reafirmou o compromisso de investir os 25% em educação. Mas apresentou uma condicionante que foi muito criticada pelo vereador Silvio Humberto (PSB), presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Salvador. Apesar do gestor do município repetir que tem o objetivo de chegar ao investimento previsto pela Constituição Federal, declarou que, caso não consiga, irá completar o valor exigido concedendo abono aos educadores do município. Para o socialista, a condicionante apresentada pelo prefeito demonstra uma total falta de planejamento da gestão.
“Quando o prefeito de Salvador apresenta uma dúvida ser irá ou não chegar ao percentual mínimo exigido pela Constituição, demonstra que falta planejamento. Ao invés do professor ser recompensado por melhorias na qualidade de ensino, ACM Neto usa os educadores para não ter problemas com o Tribunal de Contas dos Municípios? Os educadores merecem muito mais do que isso”, criticou Silvio Humberto.
Para o vereador, diante dos graves problemas de estrutura na rede municipal, o prefeito não deveria encontrar problemas para investir os 25% exigidos pela Constituição Federal.
“Seguindo o calendário de visitas da Comissão de Educação da Câmara a escolas municipais, fui ontem, juntamente com o vereador Hilton Coelho (PSOL), em instituições de ensino de Sussuarana e vimos que, em escolas bem avaliadas pelo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), as crianças pediam pouco. Queriam melhorias na infraestrutura, uma quadra de esporte, aula de natação, aula de dança... tem muitas áreas para o prefeito de Salvador investir. Só precisa ter planejamento”, declarou Silvio Humberto. 
“Valorização dos professores”
Se para o vereador Silvio Humberto a maneira encontrada pelo prefeito ACM Neto para solucionar o possível futuro problema demonstra "falta de planejamento", para o vereador Joceval Rodrigues (PPS), líder da bancada do governo na Câmara, a alternativa faz parte da política de valorização dos servidores.
“Quem conhece um pouco das burocracias que envolvem a formalização dos convênios, sabe que isso pode acontecer. São muitas variáveis que estão em jogo. Às vezes, está tudo certo para um convênio ser assinado e, na última hora, é cancelado. Acontece. Esse abono foi uma alternativa apresentada pelo prefeito e está dentro da política de valorização dos professores”, contestou o vereador Joceval Rodrigues.
Publicada no dia 23 de agosto de 2013, às 18h47
