Em conversa com o Bocão News na manhã desta quinta-feira (05), o vereador Marcell Moraes (PV) lamentou o clima tenso que marcou a votação de projetos na Câmara Municipal de Salvador, na última quarta-feira (04). “É uma pena. É algo lastimável ver manifestante jogando ovo em vereador. É uma falta de respeito. E são pessoas que não estão manifestando nada. Estão a mando de alguém para atrapalhar a sessão. Desrespeitando com palavras de baixo calão, agredindo verbalmente e moralmente os vereadores. Independente do parlamentar, tem que existir o respeito. Quando acontece isso as pessoas deixam de ser manifestantes e passam a ser animais irracionais”, disparou o vereador.
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A confusão teve início quando os vereadores da oposição solicitaram ao presidente Paulo Câmara (PSDB) que o projeto de reajuste salarial dos servidores municipais fosse votado antes do PL do IPTU. Na ocasião, o presidente colocou que isso não poderia ser feito, já que existe um cronograma que deve ser seguido.
A oposição se revoltou e disse que o fato tratava-se de uma de manobra política para que os interesses do governo fossem votados prioritariamente. O clima tenso entre servidores e vereadores no início da noite ultrapassou a barreira do discurso depois que um servidor, ainda não identificado, jogou um ovo no vereador David Rios (PSD). Após agressão, o líder do governo na Casa, Joceval Rodrigues (PPS) ameaçou retirar o voto (simbolicamente já que o projeto ainda não foi votado) e foi acompanhado por Claudio Tinoco (DEM) e Marcell Moraes.
O vereador militante do PV, chamado de ‘viado’ e ‘filho da p***’, revelou que foi agredido no gabinete dele. “Na minha sala eles começaram a latir. Como se isso fosse agressão para mim. Deixou claro que era mando de alguém. Tudo aquilo foi orquestrado”, lamentou.
Ainda em conversa, Marcell chamou o movimento de ‘orquestrado’ por colegas da Casa e disse que a visita dessas pessoas deveria ser impedida na Câmara. “É lastimável ver vereadores insuflando manifestantes. O ovo que jogaram em David Rios poderia atingir Kátia Rodrigues. Essas pessoas que foram cadastradas não deveriam entrar mais na Câmara. A Casa é do povo, mas tem que ter respeito. Ninguém consegue trabalhar ao som de xingamento. É uma afronta a sociedade. As coisas não funcionam com agressão. Isso tira o crédito das manifestações e tira os vereadores do serio. Vaia e aplauso faz parte, mas agressão perde a credibilidade. Lá tem vereadores que são senhores de idade”, disparou.
Para Marcell, a confusão coloca em risco a segurança dos vereadores na Casa. "Eu estou assustado porque posso ser agredido a qualquer momento. Estou na Câmara por uma missão e não por profissão. Depois que fui agredido fui lá questionar. Começaram a falar 'o povo não tem tempo para si mesmo e você fica cuidando de animal'. Para defender os animais eu viro bicho e não vou aceitar esse comportamento".
Nota originalmente postada às 10h do dia 5
