Organizador de quatro audiências públicas recentes com cacauicultores do Sul da Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Jr. (PDT) se solidarizou às dificuldades dos criadores e reclamou que o Governo Federal trata o assunto com descaso histórico. Para ele, o entendimento que há no Planalto sobre a região é de que se trata de um local onde só há coronéis ao estilo de Jorge Amado e que, por terem muito dinheiro, estão reclamando sem motivo.“Brasília pensa que no Sul da Bahia só tem coronéis, gente nadando no dinheiro, quando a situação é exatamente inversa. A região Sul tem as cidades mais violentas do Brasil, é uma das regiões mais perigosas do país, Os agricultores se equilibram em dívidas de R$ 1 bilhão e a maioria dos produtores é de pequenas propriedades”, critica o pedetista.
Mendonça acrescenta ainda que o clima nas audiências ocorridas em Itabuna, Ubatã, Apuarema e Ubaitaba foi de agricultores revoltados com o aumento das dívidas e ignorância da gestão federal em relação ao assunto. De acordo com o parlamentar, parte deste débito foi conseguido porque houve orientações técnicas supostamente equivocadas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
O erro teria sido orientar os trabalhadores a alterar o regime de cultivo para driblar a vassoura de bruxa. Após as explicações, os cacauicultores tomaram empréstimos para viabilizar as novidades, mas as orientações dos técnicos se mostraram desastrosas e lavouras inteiras foram perdidas. Diante disto, seria obrigação – para o parlamentar – haver o perdão das dívidas decorrentes do erro da Ceplac e renegociação do restante.
Para tentar forçar o início deste processo, os produtores estão dispostos a fazer uma marcha coletiva em Brasília nos próximos meses. Félix Mendonça Jr. explicou que a ocasião escolhida foi a realização de uma audiência da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados sobre o assunto. O destino dos trabalhadores seria uma audiência com os ministros da Agricultura e Fazenda para estabelecer a renegociação e anistia parcial da dívida.
Postada às 17h18 do dia 16 de setembro
