Política

Sto. Antônio de Jesus: Alan Sanches critica "denuncismo" de petistas

Imagem Sto. Antônio de Jesus: Alan Sanches critica "denuncismo" de petistas
Délcio Mascarenhas teria chamado Cristiano Sena de "preto vagabundo"  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/09/2013, às 06h34   Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)


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Após a polêmica envolvendo os vereadores de Santo Antonio de Jesus, Délcio Mascarenhas (PP) e Cristiano Sena (PT), que teria sido agredido pelo progressista, inicialmente denunciada pelo Bocão News, o deputado estadual, Alan Sanches, líder do PSD na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), condena o que classifica como banalização do denuncismo nos parlamentos.

O parlamentar que faz questão de frisar ser contrário a qualquer ato de racismo, disse que ninguém pode tomar uma atitude de parcialidade e apresentar ato e moção de repúdio a quem quer que seja, ainda mais envolvendo questão tão delicada como o racismo, sem antes ouvir os dois lados, pois acaba ferindo o que rege o direito democrático.
“Reitero que sou contra qualquer ato de racismo, mas num caso desse não podemos apenas, ao ouvir uma parte, mobilizar uma Câmara, uma Assembleia Legislativa sem provas, porque isso fere o estado democrático. É isso que quero chamar a atenção, pois apesar de conhecer Délcio e nunca o ter visto praticado nenhuma ação semelhante, não tenho ligação política alguma com ele, mas defendo que uma denúncia não pode virar uma verdade absoluta e, enquanto deputado ou vereador, enquanto políticos, temos que ser imparciais”, pontuou.

De acordo com o petista, após a sessão, o vereador Cristiano questionou ao presidente da Casa, o vereador Marcos Có (PP), qual teria sido a "estratégia usada" pelos vereadores que apoiam o ex-prefeito. “Na terça, os vereadores não sabiam qual seria pauta do dia, e eles colocaram em votação as contas do ex-prefeito. A sessão começa sempre às 19h, nesse dia começou às 18, e em menos de uma hora as contas já tinham sido aprovadas. Não foi enviado para nenhum vereador uma cópia do relatório do TCM. Como eu iria assinar, muito menos aprovar algo sem conhecer? Ninguém assina documento no escuro. Foi uma votação ‘relâmpago’. E quando fiz esse questionamento ao presidente, e
sse vereador se referiu a mim com agressividade. ‘Seu negro descarado. Preto descarado. Vagabundo. Você queria que fizesse o quê?’ E eu respondi a ele que queria que fosse decidido ontem quando a votação das contas seria retomada”, detalha o vereador.

Ao Bocão News, o vereador Délcio nega que tenha agredida o vereador Cristian
o e diz que já acionou a Justiça nesta quarta-feira (25). “Ajuizei Representação Criminal contra o vereador pela prática de calúnia, difamação e injúria”, avisa.

Por conta do ato na Casa Legislativa, o deputado estadual e vice- presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Yulo Oiticica (PT), realiza na próxima segunda-feira (30), às 16h, em Santo Antônio de Jesus, um ato de repúdio contra as declarações racistas utilizadas pelo vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores do município, Délcio Mascarenhas, para se referir ao colega de parlamento, Cristiano Sena.  Yulo ainda afirmou que apresentará uma moção de repúdio à Assembleia Legislativa, e levará a denúncia à Comissão Especial de Promoção da Igualdade (Cepi) e ao Ministério Público, logo após a mobilização. “Racismo é um crime, e criminoso não pode esta representando o povo no parlamento, mas sim estar atrás das grades”, ressalta o petista.

O deputado federal Amauri Teixeira (PT) se pronunciou sobre o caso e garantiu entrar com uma representação no Ministério Público para investigar a agressão racista. “Ele foi intolerante. Não se agride uma pessoa assim, é um absurdo. Repudiamos essa atitude e isso não pode ficar assim. É um crime inafiançável. Em nome do mandato vamos pedir ao Ministério Público que investigue o caso”.

Quem também repudiou a suposta atitude do vereador foi o parlamentar estadual Marcelino Galo (PT) que em discurso na Assembleia Legislativa da Bahia nesta quarta-feira (25) bradou sobre o caso. “É uma atitude inadmissível em uma democracia como a que vivemos, uma pessoa seja tratada de forma racista. Essa não é uma postura de um vereador e se configura em decoro parlamentar. Foi uma atitude grosseira e descompensada que não condiz com o contexto de diversidade e respeito ao contraditório. Repudio esta atitude e vamos conversar com o vereador para tomar as providências cabíveis”, afirma o deputado estadual.
Publicada no dia 26 de setembro de 2013, às 14h30

Classificação Indicativa: Livre

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