Política

ISS: queda da sessão também foi para pressionar Wagner

Imagem ISS: queda da sessão também foi para pressionar Wagner
Vereadores de diversas siglas estão insatisfeitos com tratamento do governo e “usam” votação  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 09/10/2013, às 20h11   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


FacebookTwitterWhatsApp

A queda da sessão desta quarta-feira (9) na Câmara de Vereadores de Salvador tem mais motivos do que a simples batalha de edis por emendas ao projeto de isenção de ISS ao consórcio CCS nas obras do metrô de Salvador. A principal delas é a ação de vereadores de partidos que fazem parte da base estadual de Jaques Wagner - mas de ACM Neto em Salvador - em nome das direções estaduais de seus respectivos grupos para pressionar o governador.
O sinal mais claro do fato foi a presença do deputado estadual Sidelvan Nóbrega no plenário durante a tarde orientando a bancada do PRB, que tem Luiz Carlos e Tia Eron. O parlamentar pedia que se mantivessem ausentes para forçar a falta de quórum. O mesmo ocorreu com outros vereadores da Bíblia, como Isnard Araújo (PT), e Héber Santana (PSC), além de Leandro Guerrilha (PSL), outro partido ligado à base de Jaques Wagner, mas sem o viés religioso. Já Alberto Braga (PSC) acompanhou a ausência de Santana.
Todos eles reclamam – em nome de suas executivas - de uma coisa: a falta de atenção e prestígio que o governador dispensa a estes partidos. Há informações de audiências com Wagner são marcadas e desmarcadas a todo tempo e que o líder do Executivo não se esforça para cumprir com seus compromissos frente aos aliados. Em busca de ”forçar” a mudança do comportamento, travar a votação do ISS seria uma boa maneira de dizer ao governador que mude seu comportamento.
A intenção é endurecer o jogo devido à visita que a presidente Dilma Rousseff fará a Salvador na próxima terça-feira (15). A mandatária nacional estará na capital para autorizar o reinício das obras do metrô da capital após o leilão vencido pelo consórcio CCS. Se vencerem a queda de braço, os vereadores causariam um belo constrangimento ao governador, ainda que as obras sejam iniciadas de maneira normal.
Para a vereadora Fabíola Mansur, trata-se de um bate-cabeça dentro da base do governo e que deve ser resolvido interna e rapidamente. Questionada sobre o que teria ouvido nos bastidores em relação a motivos e negociações, a socialista argumentou que não podia falar por edis de outras bancadas mas que sentia falta de coordenação na base.
“É um projeto que tem consenso das lideranças do governo e oposição. Se dependesse de nós, oposicionistas, já teria sido votado na segunda porque entendemos que é importante para a cidade. Os vereadores do governo, portanto, precisam tomar uma decisão do que fazer”, avaliou. Por sua vez, os governistas argumentam há consenso, mas que os vereadores "brigões" precisam de fato decidir o que fazer na semana que vem, quando a votação deverá acontecer.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp