Na Praça Cayru, em frente ao Mercado Modelo, no Centro de Salvador, não há mais vendedores ambulantes. A retirada dos comerciantes foi feita na tarde de segunda-feira (21) sem grande resistência, segundo a secretaria municipal da Ordem Pública, Rosemma Maluf, que recebeu a imprensa para prestar esclarecimentos nesta terça (22). Para ela, tirar os vendedores da “zona de conforto” foi difícil, mas tudo ocorreu na base do diálogo. “Não soube de ninguém queimando pneu nem fazendo manifestação”, garante.
Os cerca de 80 trabalhadores foram transferidos para o Mercado de Artesanato no Bonfim, Calçadão do Plano Inclinado na Liberdade e Avenida 7. Muitos trabalhavam no local há mais de 20 anos, mas outros, mais recentes, não tinham sequer licença para trabalhar na rua e fomentavam o acúmulo de trabalhadores no local. “Tivemos cinco ou seis reuniões com os representantes deles e foi uma decisão consensual”, assegura a secretária.
A transferência faz parte de um projeto mais amplo da prefeitura, que visa regulamentar o trabalho do ambulante em toda a cidade. Para a requalificação da Avenida 7, por exemplo, já foram gastos R$ 4 milhões. “A ideia é fazermos um shopping a céu aberto, com calçada nova, iluminação e proteção contra o sol para os ambulantes”, afirma Rosemma, que não deixou de ressaltar a importância dessa reurbanização. “Nós sabemos que as pessoas que trabalham na rua é porque não tem oportunidade. Não queremos tirá-las, vamos organizar novos espaços para elas e devolver a calçada para o povo. Um deficiente físico hoje não anda na Avenida 7”, lembra.
A previsão é que a primeira parte das obras nesta região esteja concluída no dia 15 de dezembro e a segunda no 1ª trimestre de 2014. Os próximos locais a serem recuperados é o Largo 2 de Julho e o Relógio de São Pedro.
