O ex-governador de SP e ex-candidato a presidente da República José Serra (PSDB) esteve em Salvador no final da tarde desta quinta-feira (24) e, diante de empresários do ramo dos supermercados, falou sobre críticas da oposição ao atual modelo econômico brasileiro. Ele explicou as bases do “lulismo” na economia e mostrou alternativas que resumem o plano das oposições para as eleições do ano que vem.
Serra esteve acompanhado no local do deputado federal Jutahy Júnior, o pré-candidato do PSDB ao Governo do Estado, João Gualberto, o ex-governador Paulo Souto e outras autoridades alinhadas à oposição. Antes da palestra, esteve no gabinete do prefeito ACM Neto, onde disse ter tido uma reunião agradável, mas conversas políticas reservadas. É a segunda visita seguida de Serra a Salvador apenas neste semestre.
Em palestra, Serra sustentou o atual governo perdeu diversas chances de promover o crescimento brasileiro e “pegou bilhetes premiados, rasgou e jogou no lixo”. O tucano avaliou que o modelo implementado pelo PT no país é caracterizado por baixo crescimento anual, aumento no consumo, mas não nos investimentos e exportações fazendo as importações serem deixadas de lado.
Todo o modelo, para Serra, reside no fato de que o ex-presidente Lula, em acordo com o PT e os aliados, promoveu um grande “loteamento do governo” para que, em vez de colocar pessoas qualificadas em cargos, preferiu aparelhar o sistema e promover colegas de sindicalismo e batalhas políticas em áreas estratégicas e técnicas.
“O forte do PT na administração é a inépcia. Eles transformam passividade em obstáculos, não entendem que tempo é dinheiro e dão declarações amadoras”, atacou o ex-governador paulista. A suposta inépcia aparece, segundo Serra, em uma declaração da presidente Dilma Rousseff relativa aos números do leilão do Campo de liba do Pré-Sal, ocorrido no início da semana.O tucano atesta que enquanto a presidente sustenta que o Brasil ficará com 85% do dinheiro gerado com o óleo de águas ultraprofundas, na verdade a conta seria de 48%, uma vez que participa de maneira partilhada dos lucros da exploração dos campos em um consórcio com empresas chinesas e europeias.
Serra, porém, evitou atacar frontalmente a presidente ao comentar uma suposta intenção de divulgar cifrar propositadamente equivocadas. “Eu não sei se a Dilma é maldosa ou se é ruim de conta. Mas isto é amador. Quando eu era governador e prefeito, eu não dizia nenhum número sem antes conferir o que estava escrito. Mesmo que chegasse para mim pela minha equipe”, contrapôs.
Nota originalmente postada às 18h do dia 24
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