Devido às combalidas finanças observadas no ano de 2013, o Governo do Estado deseja ansiosamente que haja uma liberação antecipada de royalties de petróleo no território na Assembleia Legislativa. A manobra daria ao governo dinheiro de arrecadação da Petrobras até 2018, dinheiro que seria usado para tapar uma série de buracos nas contas públicas deste ano.
Para fazer isto, os deputados estaduais da base montaram uma estratégia no plenário na tarde desta quinta-feira (26) na Assembleia Legislativa. A ideia é, em troca da votação do projeto da antecipação, ceder à oposição a possibilidade de discutir e até mesmo de aprovar o Orçamento Impositivo no estado para 2014. O projeto dos royalties é um dos cinco em pauta para votação.
Apesar das informações que circulam, os deputados se apressam para ou negar ou deixar o fato nebuloso. Segundo o líder do Governo, Zé Neto (PT), um acordo para a votação do projeto pode abrir caminho para a discussão do orçamento impositivo, mas a situação ainda estaria muito indefinida para que o martelo fosse batido. Ainda assim, há disposição para firmar o acordo.
“Nós estamos bastante flexíveis e o espírito natalino está em nosso corações. Vamos ver se podemos discutir as coisas além da questão de governo e oposição e colocar os interesses do estado acima de tudo”, clamou Neto. Para o petista, a antecipação é importante e inclusive já foi feita por diversos estados brasileiros, incluindo alguns que são governados por partidos da oposição.
Por sua vez, o adversário Carlos Geilson (PTN) disse que a contrapartida dificilmente será aceita. O deputado defende que o recurso para as emendas parlamentares esteja embutido sempre no orçamento estadual e que isto não seja alvo de “barganha” em busca de satisfazer os desejos da administração e cortinar seus erros.
“O governo quer antecipar royalties até 2018. isso quer dizer que o próximo governo já entra com esse engessamento, com esse recurso já comprometido. Pelo amor de Deus. O governo pisou na bola e tem que resolver seu problema dentro da atual gestão e não comprometer a futura”, criticou. Para Geilson, a oposição está disposta a endurecer o debate e não tem nenhuma pressa de resolve-lo.
* Com informações da repórter Juliana Nobre
