Política

Derrota do governo na Alba ressalta desgaste na base

Imagem Derrota do governo na Alba ressalta desgaste na base
Vacilo da liderança do governo na votação da PEC dos Royalties é motivo de críticas  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/01/2014, às 06h03   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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Dois dias após a votação que derrubou a PEC dos Royalties, não se fala outra coisa pelos corredores da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba): o vacilo da liderança do governo. O líder José Neto (PT) já admitiu o erro, mas para muitos deputados a falha na condução do processo é inadmissível.

O desgaste na base governista já perdura desde meados do ano passado. Um deputado da base, que pediu para ter a identidade preservada, confessou à reportagem do Bocão News que Neto não agrega os partidos da base. “Um líder tem que saber conduzir e agregar, mas Zé Neto só pensa nos interesses pessoais e aí dificulta a relação”, contou a fonte.

O vice-presidente da Alba, Yulo Oiticica (PT), explicou o processo e também criticou a condução. “Faltou, por parte da liderança, o diálogo e a contagem certeira dos votos válidos. Tínhamos número suficiente, mas precisava ter a certeza de que todos estavam no plenário naquele momento para colocar [a PEC] em votação. Se tivesse percebido que ainda faltavam deputados poderia se usar os outros recursos, como questão de ordem, até que todos chegassem ao plenário. Não teve essa percepção”.

Entretanto, o parlamentar também divide com Zé Neto a opinião de que não houve vitória da oposição. “Foi um erro de contagem. A oposição não ganhou, apenas não conseguimos o número suficiente”. Ao Bocão News, Zé Neto afirmou que a acordo com a oposição já havia sido feito e a rejeição da PEC não trouxe benefícios a ninguém. “A oposição não tem o que comemorar”.

A proposta será encaminhada novamente à Casa em fevereiro, no retorno do recesso parlamentar, com possível votação para março. Yulo ainda acredita que a oposição possa dificultar o processo, mas garantiu que o governo vai usar os recursos jurídicos para colocar em pauta a matéria, que não sofrerá alterações no texto.

Oposição

De acordo com o vice-líder da oposição, Bruno Reis (PMDB), os parlamentares tentaram um acordo com o governo, incluindo a emenda do deputado Carlos Gaban (DEM), mas a falta de diálogo não permitiu a aprovação. “O governo queria era governar oito anos com recursos de 12. Fez uma gestão ineficiente e queria colocar a responsabilidade nas mãos da Assembleia Legislativa. Derrotamos uma manobra que serviria para preencher rombos de uma gestão marcada pela ineficiência".

O vice-presidente da Alba ainda informou que o texto foi levado ao plenário poucas horas antes e não houve tempo suficiente para apreciação. Vale ressaltar que um dia antes da votação, o democrata se reuniu com o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, para discussão da proposta – sem sucesso.

Publicada no dia 9 de janeiro de 2014, às 16h19

Classificação Indicativa: Livre

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