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“A situação do lixo de Feira de Santana fede”, diz advogado após acionar MP

Imagem “A situação do lixo de Feira de Santana fede”, diz advogado após acionar MP
André Marques disse que o prefeito sabe das irregularidades do lixo na cidade  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/02/2014, às 06h29   Redação BNews


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Desde que a Justiça determinou à imediata suspensão das atividades do aterro da Sustentare Serviços Ambientais S/A, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 108 km de Salvador, após denúncias do Bocão News, a novela do lixo no município está longe de acabar. A prefeitura da cidade lançou recentemente três editais de licitação para o serviço de limpeza pública e gestão do aterro sanitário do município. Os contratos no valor de mais de R$ 130 milhões têm duração de 36 meses.

Um advogado da cidade, André Marques, solicitou a comissão de licitação do município cópias dos referidos editais, com base na Lei de Acesso a Informação (Lei n º 12.527). Mas segundo ele, a presidente da Comissão Permanente de Licitação, Adriana Estela Barbosa Assis, negou o acesso aos documentos.

Contrariado, o advogado ingressou na última quinta-feira (6) com uma representação junto ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitando a imediata suspensão do processo licitatório e a abertura de inquérito contra Adriana Assis por improbidade administrativa. “O processo não vem sendo conduzido com lisura. E por isso, tem que fiscalizar. Uma falácia. É tão absurdo que não tem indicação nenhum no site da prefeitura. A gente ficou sabendo ‘de boca’. Para que esconder o processo?”, revela o advogado em conversa com o Bocão News.


Antes mesmo do advogado ter qualquer resposta do MP-BA, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou a suspensão da licitação. A desembargadora Cassinelza das Costas Santos Lopes que expediu o mandado, relata que os editais de licitação são maculados de ilegalidade, vez que apresentam requisito para a participação no certame que não mais é previsto em lei, o qual, inclusive é impossível de ser preenchido por qualquer dos licitantes. Tal conduta fere o princípio constitucional da legalidade, um dos norteadores da administração pública. “Se suspendeu é porque tem alguma irregularidade. A licitação não pode ser feita de qualquer jeito. A culpa não é da Revita. Qualquer um que se sente prejudicado tem que procurar a Justiça. A Revita tem razão de questionar”, explica.


Ainda segundo o advogado, o serviço de coleta é péssimo e ele pretende acionar a Justiça com alegações que outra empresas não colocaram. “A situação do aterro é deplorável. O MP-BA se omite e o prefeito compactua com essa situação. A questão do lixo de Feira de Santana fede. Teve coisa que não foram nem colocadas e eu vou entrar com outra ação. Como por exemplo, na planilha de custo usa-se a base de R$ 693 e o salário atual é R$ 724. A partir do momento que tem um novo valor, você não poder fazer uma licitação com valor antigo?”, questiona.

A reportagem entrou em contato com o prefeito da cidade, José Ronaldo (DEM), que não quis comentar o assunto e pediu para que a presidente da comissão, Adriana Estela, fosse procurada. O Bocão News tentou entrar em contato com a presidente, mas não teve as ligações atendidas. A prefeitura vai recorrer da decisão do TJ-BA.


Publicada no dia 11 de fevereiro de 2014, às 11h18

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