Política

Mauro Ricardo pede desculpa e diz que suas palavras foram distorcidas

Publicado em 23/02/2014, às 17h56   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


FacebookTwitterWhatsApp

Na tarde deste domingo (23), o secretário municipal da Fazenda, Mauro Ricardo, se defendeu por meio de nota das críticas feitas pelos seus opositores após dar uma declaração polêmica em entrevista ao apresentador Zé Eduardo, na Itapoan FM na última semana.

Segundo o esclarecimento, o secretário diz que a OAB Bahia retira do contexto e distorce as palavras dele quando sugeriu punição dos sonegadores de impostos, prática capitulada como crime pela legislação brasileira, mas que alguns setores insistem em tratar como algo natural ou crime menor.

Tudo começou depois que o secretário defendeu em entrevista o aumento do IPTU  na cidade: “antigamente se botava as pessoas no Pelourinho para poder pagar as suas dívidas. Infelizmente hoje não é mais assim. Hoje é a Justiça. É a Justiça quem define e o prazo é o prazo estabelecido pela Justiça".

Depois de toda retaliação, Mauro lamenta o fato. "Quero, entretanto, pedir desculpas a todos, especialmente à comunidade negra, e esclarecer que minhas palavras não tiveram qualquer cunho racista ou preconceituoso, nem relação com qualquer pessoa ou grupo. Quero dizer também que não tive a intenção de ofender qualquer setor. Lamento qualquer interpretação fora deste contexto. Servir ao cidadão soteropolitano é para mim motivo de imenso orgulho e tenho profundo respeito por esse povo cuja história merece de todos nós brasileiros gratidão e consideração".

O presidente da Frente Parlamentar pela Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, o deputado federal Luiz Alberto (PT), repudiou as declarações do secretário de Neto: “comentário extremamente racista, típico de um escravocrata conservador”.  Já a Comissão de Direitos Humanos e de Promoção da Igualdade Social da OAB por meio de nota manifestou repúdio à “infame” declaração de Mauro.

Segundo a nota da OAB, a declaração “trouxe ao povo de Salvador - formado em sua maioria por afrodescendentes - a vergonhosa memória de violência, arbítrio e crime da escravidão”. A OAB da Bahia considera intolerável que - na cidade mais negra fora do continente africano - um gestor municipal lamente a abolição do pelourinho, poste colocado em praça pública onde se expunham e se castigavam os escravos insubmissos aos desmandos dos seus senhores, num espetáculo hediondo, planejado para incutir medo nos corações dos que pensassem em se rebelar.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp