Política

Depois da vice, nova disputa esquenta base governista

Imagem Depois da vice, nova disputa esquenta base governista
Vagas nos tribunais de contas são as novas frentes de batalha da coalisão  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/03/2014, às 10h11   Luiz Fernando Lima (twitter @limaluizf)



O governador Jaques Wagner (PT) defendeu a tese de que a indicação para o preenchimento das vagas de conselheiros nos Tribunais de Contas – duas no do Estado e uma no dos Municípios – devem ser feitas pelos maiores partidos da coalização estadual.

Sem cerimônias, o petista afirmou que PT, PP e PDT são as legendas que possuem a preferência neste momento. A última nomeação de Gildásio Penedo foi colocada na conta do vice-governador Otto Alencar, embora o ex-deputado estivesse no DEM.

No final este mês o atual presidente do TCM, Paulo Maracajá se aposenta. Filemon Matos e Zilton Rocha, ambos do TCE, se aposentam ainda este ano. De acordo com Wagner, o critério: dimensão de partido é determinante.

Ao ser questionado sobre a “prudência” ao colocar a instituição partidária como critério para escolha de conselheiros de órgãos de controle externo, Wagner argumentou que a indicação passa pelo crivo dos deputados e que o voto é secreto. “Não tenho como tourear...voto secreto é voto secreto”.

No que se refere aos partidos, o petista entende que é razoável trabalhar para a valorização destas instituições e que compete a cada legenda escolher alguém que tenha perfil para exercer a função.

Poucos são os que acreditam na possibilidade de que uma indicação com a assinatura do governador do estado seja derrubada na Assembleia Legislativa, mesmo após o alijamento do presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT).

Outra questão posta à mesa vem de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado por Jaques Wagner que prevê a indicação de um procurador do Ministério Público de Contas (MPC) para o primeiro cargo que vagar no TCM.

Nomes

A despeito de saber se as vagas que vão surgir são de indicação do governador direta ou dos deputados estaduais – a corte de contas é formada por sete conselheiros, sendo três indicados pelo chefe do Poder Executivo e quatro da Assembleia Legislativa – os nomes já circulam.

O indicado do PT será o ex-deputado federal Zezeu Ribeiro que vem trabalhando duro para isso. Quadro histórico e com um espólio eleitoral invejável, o arquiteto já visitou deputados e faz seu lobby para, provavelmente, ser indicado após a aposentadoria de Zilton Rocha.

No PDT o nome que circula é o do deputado estadual João Bonfim. Não é difícil vê-lo pedindo votos aos pares nos corredores do Palácio Luís Eduardo Magalhães. O pedetista tentou, inclusive, disputar a indicação à época que Gildásio Penedo entrou, contudo, foi dissuadido para evitar um confronto no qual teria poucas chances de êxito.

O último a pleitear uma vaga entre os conselheiros é o deputado federal Mário Negromonte. O ex-ministro das Cidades não fala abertamente sobre o assunto, mas os sinais são claros. Ele deixou de disputar a eleição para deputado federal e vai trabalhar para eleger o filho, Mario Negromonte Júnior.

No acordo prévio que tinha dentro do PP, Negromonte seria o nome do partido caso a vaga na chapa majoritária fosse a de vice. Se fosse a do Senado seria João Leão. No entanto, após a confirmação de que caberia à legenda indicar o nome foi retirado. A manobra não deixa dúvidas sobre qual o caminho que ele pretende percorrer.

O problema para Negromonte será convencer o presidente Marcelo Nilo que já gritou aos quatro cantos que a prerrogativa de colocar a indicação para votação é dele e de que enquanto dirigir a Casa não vai fazer para beneficiar o pepista.

Matéria publicada às 15h45 do dia 22

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