Os ânimos entre o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) e o secretário da pasta de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil de Salvador, Paulo Fontana, criaram uma discussão que já atinge o mandato e a gestão de cada um. Isso porque, após o debate sobre o uso ou não de verbas federais em obras de pavimentação da capital, houve réplica e tréplica que já falam em despolitização e desafio até com o prefeito ACM Neto (DEM).
Na manhã de segunda-feira (12), Pelegrino desmentiu Fontana e afirmou que a Petrobras - através de um TAC assinado com a Prefeitura sobre o Terminal de Gaseificação - liberou o montante de R$ 7 milhões para o Carnaval, além de mais R$ 5 milhões para recapeamento asfáltico. Valores estes, que estão dentro da série de compensações previstas no Termo. "Destes R$ 5 milhões, a Prefeitura já usou um R$ 1,6 milhão e ainda há os R$ 3,4 milhões à disposição que a Prefeitura ainda não utilizou por conta da greve dos servidores", garantiu Pelegrino, reforçando o que havia dito em entrevista concedida ao apresentador Zé Eduardo, no último dia 9. De acordo com Pelegrino, existem recursos estaduais e federais, via Desenbahia e Petrobras, nas intervenções que prometem melhorar a qualidade do asfalto em todos os cantos de Salvador, e não apenas nas grandes vias.
Como resposta, o secretário rebateu o petista dizendo que o mesmo falta com a verdade ao insistir que existem recursos do governo do estado ou da Petrobras nas obras de pavimentação que acontecem em toda a cidade. "Reafirmo que não existe um real sequer de recursos estaduais ou federais na pavimentação de Salvador. E digo novamente que peço exoneração do cargo caso o deputado prove que estou errado. Aproveito e faço um desafio a Pelegrino: que ele renuncie ao mandato caso eu esteja certo", provocou o secretário.
Já sobre o TAC assinado entre a Petrobras e a Prefeitura de Salvador sobre o Terminal de Gaseificação ao qual Pelegrino se refere, Fontana afirmou que se trata de uma compensação ao município, e não de uma "doação". "A Petrobras não está sendo boazinha, como insinua Pelegrino. Trata-se de um tributo que a estatal está pagando à cidade porque deve a Salvador. E através desse acordo é fornecido uma determinada quantidade de um insumo chamado CAP (Cimento, Asfalto e Petróleo) à usina de asfalto da cidade. Esse insumo sequer é utilizado nos nossos contratos da pavimentação", esclareceu.
Entretanto, o deputado federal não acatou à resposta do gestor e, na manhã desta terça-feira (13), decidiu colocar um ponto final neste 'bate-boca' e, através de nota enviada ao site Bocão News lamentou a postura “despolitizada” do secretário. “Meu mandato não me pertence porque foi dado por mais 200 mil baianos e 83 mil soteropolitanos. E o cargo dele não sei quem deu” – questionou Pelegrino. Ele ainda frisou que não tem obrigação de ajudar a administração, mas sim trabalhar em benefício da cidade, como tem feito. “Desafio o prefeito a dizer que eu tenha me recusado a fazer algo pela cidade. Estou presente em todas as questões que dizem respeito a Salvador, cumprindo o meu dever”.
Sem querer prolongar o assunto e ou deixar brecha para a resposta de Fontana, Pelegrino disparou: “Estou encerrando este debate porque o secretário mostrou que não tem nível técnico e nem político” - finalizou.
Leia Mais
