Eduardo Campos visitou Paulo Afonso e Feira de Santana nesta terça.
O ex-governador de Pernambuco e pré-candidato à presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, desembarcou pela quarta vez em solo baiano, nesta terça-feira (20), desde que anunciou a sua pré-candidatura na disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições de outubro próximo.
As cidades escolhidas foram Paulo Afonso e Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral do estado. Acompanhado da pré-candidata ao governo baiano, senadora Lídice da Mata (PSB), e pelo ex-secretário Domingos Leonelli, Campos desembarcou no aeroporto de Feira no início da tarde, após participar de um evento em uma universidade de Paulo Afonso, no norte baiano.
Em Paulo Afonso, a postulante á vaga no Senado pelo PSB, Eliana Calmon, esteve ao lado de Campos, mas não embarcou para Feira de Santana já que, segundo sua assessoria, teria compromisso à noite em Paulo Afonso.
Quem também não acompanhou a visita do postulante à Bahia foi a sua pré-candidata a vice, Marina Silva. “Temos que agir nas duas direções. Estou fazendo uma agenda e ela outra. Durante a semana temos agendas comuns. Domingo (último) tivemos uma reunião em São Paulo. Esta semana ela está no exterior fazendo uma agenda que tinha se comprometido. Ela foi ao Chile, depois Argentina e ainda Bolívia”, justificou o político, em entrevista ao Bocão News.
Confira as respostas de Eduardo Campos na coletiva à imprensa no Hotel Ibis, em Feira de Santana.
4ª VISITA À BAHIA
"Eu vejo na Bahia um enorme desejo de mudança. Um desejo de participar e de ser ouvido. Tenho andado nas principais cidades do Brasil e tenho andado na Bahia para ouvir o povo baiano, um povo que tem dado muito ao Brasil nos momentos importantes da vida brasileira, e a Bahia sempre esteve presente. Tenho muitos amigos na Bahia, muitas pessoas conhecem nosso trabalho, somos vizinhos, sabem o que fiz em Pernambuco e tem muita gente que tem curiosidade de conhecer mais o nosso pensamento, de como vamos tirar o Brasil do caminhado errado, colocar no caminho certo, conter a inflação, gerar emprego e desenvolver o Nordeste brasileiro. E o fato de ser o único pré-candidato à presidência nordestino, estando o Nordeste vivendo esse momento desafiador, de baixo crescimento econômico, pós uma grande estiagem, as pessoas querem opinar por nosso programa de governo. Eu e Marina temos andado o Brasil mais para ouvir do que para falar para apresentar um programa de governo que representa a possibilidade do Brasil, unido, começar um ciclo de mudança. A polarização que esta aí entre PT e PSDB vem dividindo o Brasil faz 20 anos. Os desafios que estão diante da vida brasileira exigem uma grande unidade do Brasil. Eu e Marina podemos unir o Brasil, as pessoas boas do Brasil comprometidas com o futuro e que estejam preocupadas com a vida do povo. Não é impossível, como a polarização tenta impor ao Brasil, cuidar da economia e do povo. É possível cuidar do povo, da economia, e mais do que isso, construir um futuro melhor, um ambiente da política em Brasília em que a gente liga a televisão, o rádio ou a internet e não fique com vergonha do que assistimos todos os dias. O saque ao dinheiro público, o patrimonialismo, o Brasil sendo entregue aos partidos. O Brasil precisa ser entregue aos brasileiros e precisa ser governado com seriedade e espírito público".
Eduardo Campos visitou Hospital da Mulher, em Feira de Santana
ABORTO, HOMOAFETIVADADE E LEGALIZAÇÃO DA MACONHA
"As questões sobre esses temas eu tenho uma posição tomada. Fui candidato majoritário e todo o candidato majoritário responde a esse kit de perguntas. Eu tenho uma posição e não vou mudar porque sou candidato a presidente da República. Eu respeito a posição de todo mundo e todos vão respeitar a minha posição sobre esses temas. Sobre o aborto, eu sou cristão, pai de cinco filhos. Eu e Renata temos uma posição clara em relação a essa questão da preservação da vida. Alias, ninguém é a favor do aborto. Em regra, as pessoas são favoráveis à vida e já tem uma Legislação que trata deste tema e todos são favoráveis que seja mantida. A Legislação já vigora há alguns anos e tenho posição sobre todos esses temas. Tem temas que são de Estado, portanto, têm que ser tratados no programa de governo, e tem temas que não são questões de Estado, de Política Pública, e aí deve ser de foro íntimo. O Estado brasileiro é um Estado laico, que não tem uma religião. Eu tenho a minha, mas eu respeito todos os caminhos que levam a Deus, todas as crenças devem ser respeitadas em um país como o nosso, um país democrático que, graças a Deus, não dividimos por questões religiosas e nem devemos dividir. Pelo contrário, devemos fazer da fé que temos em Deus um elemento de unidade do nosso povo".
APOIO DE LULA À DILMA
“Em 2010, era importante a mensagem de que a presidente (Dilma Rousseff) tinha o apoio do ex-presidente Lula, e ele foi fundamental para a sua vitória. Agora, o que estará em julgamento é o governo dela. O presidente Lula, por mais que tenha seguidores, prestígio, e ele sabe também que agora o que estará em debate é a realização do governo da presidente Dilma. O que acontece é que Dilma não entregou o que se comprometeu a entregar. Ela foi candidata se comprometendo a melhorar o Brasil, e o fato é que o Brasil com ela parou de melhorar e começou a piorar. Só se reelege governo que tenha entregue os compromissos. Um governo para ter uma reeleição precisa ter realizado, se não tudo, pelo menos uma parte dos seus compromissos. Ela teve a maioria dos votos no Nordeste. Só foi eleita por conta dos dez milhões a mais de votos do Nordeste. Basta andar pelo Nordeste e ver. Basta ver como foi a travessia dessa estiagem nos últimos três anos. Basta ver as obras de ferrovia na Bahia, Pernambuco, Ceará e Piauí tudo parado. Basta a ver as obras de infraestrutura hídrica como se encontram. Ou seja, o Brasil deu oportunidade à presidente Dilma, depois o Brasil mandou recado, em junho, quando foi às ruas. E ela, mais uma vez, jogou a oportunidade, a segunda chance fora, porque ela poderia ter diminuído o número de ministérios, chamado uma equipe competente e séria para conduzir o Brasil, mas não foi isso que ela fez. Ela fez tudo ao contrário e se entregou à velha política”.
Eduardo Campos cumprimenta funcionários do Hospital da Mulher em Feira de Santana
DESCONHECIMENTO DE ELEITORES DURANTE VISITA À FAVELA DE PARAISÓPOLIS, EM SÃO PAULO
"Andar na rua e não ser reconhecido, mas ser bem tratado como fui, em uma favela, um bairro onde muitas pessoas têm medo de ir, onde encontrei muitas pessoas que me reconheceram e outras que não, até porque ainda 70% da população brasileira não me conhece. E mais do que me conhecer, elas vão conhecer as nossas ideias. O importante é que, quem me conhece, vota. Quem me conhece 100% é o meu estado e quando me submeti aos votos lá tive 83% do eleitorado. Na medida em que a população vai conhecendo nossas ideias acontecerá o que está acontecendo, a gente vai crescer. A própria pesquisa do DataFolha, quando recorta os que conhecem todos os candidatos, já estou em primeiro lugar. Isso é sinal de que, com o tempo, com os debates na TV, no rádio e na medida em que a mídia acompanhar as agendas dos candidatos nós creceremos. A eleição está perto no calendário, mas está longe da cabeça da população ainda. Quando isso acontecer, que vai ser no final de agosto, início de setembro, vocês verão como ficará o quadro".FOTO NO JATINHO DURANTE GREVE DA PM EM PERNAMBUCO"Estava me deslocando para São Paulo, saindo de uma atividade em Brasília. Foi tirada uma fotografia, eu, minha esposa e uma criança de três meses para mandar para os irmãos que não nos viam há oito dias. Foi para as redes sociais, não há nenhuma inverdade, nenhum problema. Estava cumprindo a minha tarefa de dirigente partidário. O governador João Lira estava tomando as providencias e estava acompanhando e torcendo para que tudo desse certo".
Nota originalmente postada às 23h do dia 20
