Política

“A indicação é política mesmo, vamos parar com isso”, declara Jaques Wagner

Imagem “A indicação é política mesmo, vamos parar com isso”, declara Jaques Wagner
Governador afirma que não poderia deixar de “emplacar” um petista para o cargo  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/05/2014, às 18h20   Luiz Fernando Lima (Twitter @limaluizf)


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A reunião entre a bancada de deputados estaduais da base aliada com o governador Jaques Wagner, realizada na noite desta segunda-feira (27), na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), serviu para amarrar as costuras em torno das candidaturas de Mário Negromonte, para TCM, e de Zezeu Ribeiro e João Bonfim, para o TCE.

Em entrevista após o encontro, Wagner negou que as indicações tenham partido dele. De pronto, o petista afirmou que os nomes foram levantados pela base aliada, pelos partidos desta aliança e que ele, na condição de técnico do grupo, convocou a reunião para facilitar as negociações.

Ao ser questionado sobre a prerrogativa do PT de indicar um nome para a vaga de Zilton Rocha, Wagner: porque você não vai querer que depois de oito anos como governador eu não consiga deixar nenhum pessoa no tribunal de contas do estado ou do município que são 14 do meu partido.

Um deputado comentou com repórteres presentes que durante a conversa “fechada” o recado foi dado: ele disse que era importante votarmos unidos para não causar constrangimentos para o governo, para ele (Wagner) e para Rui Costa. O comentário foi dado na condição de se manter a fonte no anonimato.

No entanto, o clima entre os 32 deputados presentes no encontro era tranquilo. A única dificuldade exposta pelo governador se refere à suposta candidatura do filho do deputado João Bonfim (PDT), Vitor Bonfim, que repercutiu negativamente. O próprio pedetista negou que bancaria esta postulação.

“A única dificuldade que havia era aquela questão da indicação do filho de João Bonfim. Eu fui muito franco com ele ao dizer que ele não era obrigado a não indicar, mas que eu queria ser um facilitador. Óbvio, que todo mundo está lutando por seus votos e procurando este espaço”.

O governador aproveitou a oportunidade para sustentar a indicação de Negromonte. O ex-ministro das Cidades voltou às páginas das semanais com novas denúncias. Wagner foi taxativo: não me preocupo (por ter indicado) porque não faço linchamento. Já citaram esse senhor em outros casos e nada se comprovou. Ele não tem nenhum processo formado contra ele.

O chefe do Poder Executivo baiano trouxe, novamente, o exemplo da escola base de São Paulo. “Quem julga é a Justiça e quem investiga é a Polícia Federal e o Ministério Público”.

Ainda sobre a vaga do TCM, que é de livre escolha do gestor estadual, Wagner sustentou que está respaldado para não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado anos antes. No documento, ele se compromete a nomear alguém do ministério público para a corte do órgão de controle externo. Segundo ele, o procurador geral Márcio Fahel o deixou à vontade para escolher.

O único candidato a uma das vagas no TCE que terá um adversário é o ex-deputado federal Zezeu Ribeiro. O petista não é oriundo da Assembleia Legislativa e, de fato, a constituição não determina que seja para ser nomeado conselheiro. “Não precisa. Não é obrigatório. O PT que tinha o direito de indicar com a saída de Zilton Rocha”.

Interferência

O petista voltou a ressaltar as suas características republicanas ao rechaçar as acusações da bancada de oposição na Assembleia Legislativa. De acordo com os seus adversários políticos, houve uma total interferência do Poder Executivo no Legislativo.

“Mentira! Ingerência é o que eles estavam acostumados antes. Ninguém dava nem opinião e seguia a vontade do chefe, que eu não quero citar o nome porque não está mais entre nós. Quando foi que alguém escolheu candidato de nada? Quando foi que alguém escolheu presidente da assembleia que não fosse pela vontade dele?”, questionou.

Votação

O governador não soube precisar quantos votos terão os indicados. A bancada governista conta com 44 parlamentares. Para ser eleito são necessários 32 votos. A eleição acontece na próxima quarta-feira (29) e a reportagem do Bocão News cobrirá todos os preparativos.

Atualmente, o salário base de um conselheiro do tribunal de contas é R$ 26.589,68.

Publicada às 1h07 de 27 de maio de 2014


Classificação Indicativa: Livre

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