Política

Deputados discutem fim do voto aberto na Assembleia Legislativa

Publicado em 16/03/2011, às 07h12   Maiana Brito



Empenhada na luta para derrubar o voto secreto na Assembleia Legislativa, a deputada Luiza Maia promoveu seminário, nesta terça-feira (15), para discutir e reforçar a campanha ‘Voto certo é voto aberto’.
Na opinião da deputada, a votação ser aberta é uma prestação de contas à sociedade. “Temos que trabalhar e mostrar aos eleitores o que estamos fazendo. Afinal, somos bancados com o dinheiro público. A gente precisa se defender de que? Somos representantes do povo. Como vamos exercer essa função se nos escondemos atrás do voto secreto?”, disse Luiza Maia.

Embora a maioria dos deputados estaduais se diga contra a abertura da votação na Casa, ninguém compareceu ao evento no Plenarinho da Assembleia para expor as opiniões. Quem foi prestigiou a discussão defendeu a aprovação o projeto de lei que tramita na Comissão de Constituição e Justiça, com as 25 assinaturas que Maia conseguiu entre os colegas (eram necessárias 21).

O cientista político Rogério Schmidt, representante da ONG Transparência Brasil – que tem a missão de monitorar o desempenho dos parlamentares e combater a corrupção -, falou sobre a importância do voto aberto para a sociedade atual, do ponto de vista do eleitor como observador da política. “O mandato não pertence ao parlamentar, ele é do povo, representado pelo tutor daquela gestão. Quando você elege alguém, está lhe transferindo a confiança. Portanto, o voto aberto é uma bandeira que precisa ser levantada por todos que defendem a democracia”.

A opinião é comungada pelos deputados do PT Yulo Oiticica, Maria Del Carmem, Fátima Nunes, Bira Coroa e Joseíldo Ramos, e Sargento Isidório (PSB), o vereador Giovani Barreto (PT), o diretor da ABI (Associação Baiana de Imprensa) Ernesto Marques, o representante da UPB (União dos Prefeitos da Bahia), Carlos Medrado, e o diretor do Sindilimp, Luiz Carlos Suíca. Todos concordam que manter o voto secreto não condiz com a realidade de liberdade democrática pela qual o Brasil passa.



Ernesto Marques colocou que a aprovação do PL se faz necessária para a modernização do parlamento brasileiro, sob pena de muito desgaste, caso não haja essa mudança. “Ou se transforma ou vai ser atropelado pelo amadurecimento da sociedade”. A deputada completou ainda que está na política para fazer a diferença. “Se for para reproduzir coisas que não concordo, saio do cenário”.

Fotos: Roberto Viana // Bocão News // Matéria publicada em 15 de março de 2011 às 12h 45

Classificação Indicativa: Livre

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