Política

Poderia ter vazado outras coisas e nunca vazei, diz Neto sobre ofício de Wagner

Gilberto Jr.
Licitação do transporte público de Salvador virou 'palanque eleitoral'   |   Bnews - Divulgação Gilberto Jr.

Publicado em 14/07/2014, às 11h59   Cíntia Kelly (Twitter: cintiakelly_)


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A relação respeitosa acabou. O prefeito ACM Neto (DEM) e o governador Jaques Wagner (PT) desceram do posto mais alto, da cidade e do Estado, e foram ao ringue. O pomo da discórdia é a licitação de transporte público de Salvador e, mais ainda, a eleição que se avizinha, em que cada um quer ver seu candidato ao governo vitorioso.

O vazamento do ofício enviado por Wagner ao democrata suscitou impropérios dos dois lados. Neto acusa Wagner de ter levado ao conhecimento da imprensa o conteúdo do documento. O petista vai na direção contrária “Ele (Wagner) vazou. Só tinham dois ofícios, um está comigo, no meu gabinete, na minha mesa, o outro foi encaminhado ao Ministério Público. Eu sou um homem de palavra, muito decente e muito correto nesse um ano e meio com o governador Wagner. Outras coisas que eu poderia ter vazado, nunca vazei”, rebateu, sem ter dito, óbvio, o que poderia ter levado à imprensa.

Ainda irritado com as declarações do governador ao apresentador Zé Eduardo, Neto rebateu as acusações de Wagner de que ele está fazendo desse episódio um palanque eleitoral. “O processo já estava há mais de um ano em curso e só agora ele discordou?” Neto prosseguiu. “Eu não aceito, eu repilo qualquer insinuação do governador nesse sentido”.

Apesar das negativas, a inauguração da passarela Nelson Mandela, nas proximidades da Madeireira Brotas (Pernambués), serviu para que Neto expusesse para uma plateia de moradores da região, transeuntes e ‘perus’ a briga entre a prefeitura e o governo do Estado.

Diferentemente de outros momentos em que discursou de forma enxuta, Neto levou cerca de 20 minutos colocando o governador Jaques Wagner contra a parede. “Ele critica o fato de a empresa que ganhar a licitação para explorar o sistema de transporte público ter que pagar ao município R$160 milhões, mas o que não pode é a população arcar, ter que pagar ao empresariado para que ele tenha lucro", disparou e citou a obra da Arena Fonte Nova, de responsabilidade do governo do Estado. "O que não pode é a gente ter que pagar por ano R$100 milhões para as empresas envolvidas na construção da Arena Fonte Nova”.

Neto lembrou que a passarela Nelson Mandela custou R$3,9  milhões, tendo contrapartida da iniciativa privada. E mais uma vez atacou o governo do Estado. "Enquanto levamos sete meses para entregar o equipamento à população, o governo do Estado levou quatro anos para entregar a passarela de Pituaçu".

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