Política

Assembleia em pé de guerra

Imagem Assembleia em pé de guerra
Deputados não se entendem e acordos ficam mais difíceis de serem firmados  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/03/2011, às 16h28   Luiz Fernando Lima



Na Assembleia Legislativa da Bahia o clima é beligerante. Os líderes dos três blocos partidários não conseguem chegar a um entendimento para que os projetos em pauta sejam votados. A intenção inicial, anunciada publicamente, por parlamentares como Zé Neto (PT) - líder da bancada governista-, e pelo presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT) entre outros era de trabalhar para aprovar mais projetos dos próprios deputados.

Na sessão da última terça-feira (29), o embate girou em torno do acordo para dispensa de formalidades que permitira a aprovação de cinco projetos. Alguns deputados, principalmente da oposição, como Elmar Nascimento (PR) levantaram questões sobre a constitucionalidade dos projetos.

Para ele, alguns dos projetos propostos continham incongruências que inevitavelmente seriam vetados quando chegassem ao governador Jaques Wagner. O peemedebista Luciano Simões também  tocou na ferida e mesmo pertencendo à bancada da minoria colocou panos quentes na história. “Vamos criar um desgaste desnecessário com o governador”, afirmou.

Outros parlamentares pensam que para a inconsistência de alguns projetos pode piorar a imagem da Casa Legislativa que já não anda muito boa. “Depois virão deputados aqui dizer que imprensa os persegue, mas se aprovarmos projetos inconstitucionais estaremos dando toda a razão para eles”, disse outro.

Depois de horas de discussão, o que foi encarado pelo líder do governo como uma “obstrução branda” , houve um pacto entre os três lideres para que cada um analise os 22 projetos que estão aguardando para serem apreciados. Na próxima semana, devem entrar na pauta e ser aprovados. De acordo com Zé Neto, é possível que cinco dos 22 sejam aprovados.

O deputado petista, que presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (SSJ) por quatro anos, negou que os deputados que compõem a comissão tenham sido negligentes ao aprovar projetos inconstitucionais no espaço parlamentar que tem como finalidade analisar segundo as leis cada uma das propostas que chegam na Casa. “A CCJ é um bom filtro, mas não é unânime”, disse.

De fora do acordo entre os lideres, o que tem sido visto na Assembleia é a troca de acusações entre os pares. De acordo com Zé Neto, que é conhecido pelas língua afiada, qualquer debate é sadio, “mas a barreira da ofensa pessoal não pode ser ultrapassada”, ressalta.

Apesar de não falar diretamente, o que se pode ver é que o recado foi enviado para o deputado Targino Machado (PSC), líder do bloco dos independentes, que vem discutindo em todas as sessões com alguns “colegas” de modo enérgico. Na última semana foi chamado de deselegante e mal educado por diversos deputados, obviamente de forma velada, após travar uma discussão enérgica com a deputada Luiza Maia sobre o projeto que acaba com o voto secreto na Casa.

 A única certeza que se tem após traçado o cenário é de que votação na Assembleia Legislativa só voltam a acontecer na próxima semana.

Fotos: Roberto Viana // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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