O líder do PMDB na Câmara Federal, Eduardo Cunha (RJ), favorito para presidir a Câmara dos Deputados no próximo ano, tem uma relação conflituosa com a imprensa.
Nesta sexta-feira (7), o peemedebista afirmou em entrevista ao Blog do Kennedy que engavetará, caso seja eleito, o projeto de regulação da mídia que a presidente Dilma Rousseff (PT) pretende elaborar. “Regulação de mídia jamais. Eu colocaria na gaveta. Não faz parte do meu propósito”, garantiu.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo deste domingo (9) mostrou que Cunha já moveu mais de 50 processos contra veículos de comunicação e jornalistas, em ações cíveis e criminais.
No total, foram localizadas 51 ações do político contra veículos de comunicação ou jornalistas individualmente na Justiça do Rio de Janeiro, São Paulo e do Distrito Federal. O levantamento levou em conta processos abertos a partir de 2005.
Desses, ele perdeu 28 em primeira e segunda instâncias e ganhou três. Os demais ainda estão tramitando ou não foi possível identificar a atual fase dos processos.
Em geral, o líder peemedebista contesta reportagens que relataram sua atuação política para emplacar aliados em cargos públicos e para favorecer o PMDB, além de textos que o relacionam a escândalos.
Cunha afirmou que processa quem o "agride constantemente" sem a concessão do direito de defesa. "Eu não entro contra crítica, eu entro contra a agressão, a calúnia, a injúria", disse. O deputado afirmou que aciona a Justiça por uma "questão política, para marcar posição".
O deputado sustenta que não processa "à toa". Disse ainda que não é perseguição nem tentativa de intimidação à imprensa. "Se me atacam com mentiras, eu processo. O ônus da prova é de quem acusa. Eu tenho que fazer alguma coisa para me defender".
