Política

Alexandre de Moraes afirma que houve 'tentativa Tabajara' de golpe

Rosinei Coutinho/SCO/STF
Ministro confirma que recebeu denúncia do senador Marcos do Val  |   Bnews - Divulgação Rosinei Coutinho/SCO/STF

Publicado em 03/02/2023, às 10h10   Cadastrado por Bernardo Rego


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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse nesta sexta (3) que o complô envolvendo Jair Bolsonaro (PL) relatado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi uma "tentativa Tabajara" de golpe. O termo alude às Organizações Tabajara, empresa fictícia criada pelo grupo Casseta & Planeta. As informações são da Folha de São Paulo.


Esta foi a sua primeira manifestação pública após a revelação de uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) em que teria sido discutida uma trama golpista para revogar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito do ano passado, que incluía gravar Moraes ilegalmente para constrangê-lo.
Moraes deu detalhes da abordagem que sofreu por parte de Do Val. "Ele solicitou uma audiência como outros deputados e senadores, eu o recebi no Salão Branco [do Supremo]", pontuando que o senador lhe citou a reunião com Bolsonaro e Silveira.


"[Eles tiveram] a ideia genial de colocar uma escuta no senador [para grampeá-lo] e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar minha retirada da presidência dos inquéritos [das fake news e atos antidemocráticos]", disse Moraes. O ministro diz ter solicitado um depoimento a Do Val, mas que ele se recusou.


"Disse que era uma questão de inteligência e não poderia confirmar. O que não é oficial, não existe", disse Moraes, falando por videoconferência em evento do Lide, organização empresarial capitaneada pelo ex-governador João Doria (SP), em Lisboa.


Agora, contudo, ele afirma que a Polícia Federal seguirá investigando o caso. Falou de forma mais geral das apurações sobre atos antidemocráticos e golpistas. "As investigações da PF continuarão e vamos analisar a responsabilidade de todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe. Temos informações adiantadíssimas sobre os financiadores, desde o ano passado", afirmou.


Em sua fala e respondendo a questões posteriores, Moraes defendeu o rigor no trato com os golpistas. "As pessoas têm todo direito de criticar o Supremo, mas ninguém tem direito de agredir verbalmente ou fisicamente um ministro do Supremo, ameaçar a família de ministros", salientou.

"Os golpistas confundem a liberdade de expressão de poder criticar os ministros e suas decisões a poder ameaçá-los morte na frente de sua casa. As pessoas que agem assim devem ser presas e responsabilizadas. Só assim vão aprender", disse.

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