Política

Alexandre de Moraes entrega ao TSE dados de perícia da minuta golpista

Antônio Augusto / Secom / TSE
Moraes é relator do inquérito dos atos antidemocráticos que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos três poderes  |   Bnews - Divulgação Antônio Augusto / Secom / TSE

Publicado em 01/04/2023, às 09h18   Cadastrado por Bruno Guena


FacebookTwitterWhatsApp

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, entregou nesta semana ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o resultado dos exames da perícia com os nomes das pessoas que deixaram digitais na minuta golpista localizada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Moraes é relator do inquérito dos atos antidemocráticos que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos três poderes.

O envio foi feito após decisão do ministro Benedito Gonçalves, relator das 16 ações que investigam a campanha de Jair Bolsonaro à reeleição e que podem tornar o ex-presidente inelegível.

Segundo a Polícia Federal, foram identificadas no documento as digitais do escrivão da PF Marcos Comes Quijano e da advogada Ângela Maceco Menzes de Araújo, que acompanharam a operação de busca e apreensão no imóvel de Anderson Torres, feita dois dias depois dos atos golpistas em Brasília.

A advogada admitiu ao O Globo que as digitais eram dela. “Eu estava lá, na busca e apreensão e é totalmente natural que as minhas digitais estivessem no documento que manuseei, assim como as do escrivão.”

A minuta golpista criava um certo "estado de defesa" no TSE, dando poderes ao ex-presidente para interferir na atuação da Corte - o que é considerado inconstitucional.

A própria defesa de Jair Bolsonaro solicitou para que o laudo da perícia fosse anexado ao processo do TSE. Esse ato chamou a atenção dos investigadores.

Para a equipe jurídica do PL, o fato de o documento não possuir as digitais do ex-presidente pode ser utilizado para tentar afastar a relação dele, na confecção da minuta localizada na casa de Anderson Torres.

“O que a perícia mostra é que essa minuta não passou pelas mãos de Bolsonaro”, disse um interlocutor do presidente, aliviado com o resultado do laudo.

Porém, há quem acredite que o mesmo documento pode ajudar a desqualificar o próprio depoimento de Torres, que confirma ter recebido o documento de sua assessoria, sem dar o nome de ninguém. "Se ele recebeu de alguém, porque essa digital não apareceu?", questiona uma fonte que acompanha de perto os desdobramentos do caso.

O documento foi incluído na ação movida pelo PDT que investiga os ataques do ex-integrante do Palácio do Planalto ao sistema eleitoral, como a reunião de Bolsonaro com embaixadores repleta de acusações sem fundamentos contra as urnas.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp