Política

Aliado de Neto defende secretário de Rui sobre fala emblemática sobre maconha

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Vereador de Salvador que faz parte da base aliada de Neto na CMS comentou assunto nesta quarta-feira (14)  |   Bnews - Divulgação Paulo M. Azevedo/BNews
Daniela Pereira e Yuri Abreu

por Daniela Pereira e Yuri Abreu

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Publicado em 14/12/2022, às 15h48 - Atualizado às 16h02


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Um aliado do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), defendeu um dos secretários do governador da Bahia, Rui Costa (PT), sobre fala emblemática sobre a maconha, durante sessão na Câmara Municipal de Salvador (CMS), nesta quarta-feira (14), quando foi aprovado, na Casa, o Projeto de Lei 172/2021, que dispõe sobre a Política Municipal de uso da cannabis para fins medicinais.

Em maio deste ano, foi divulgado um vídeo, nas redes sociais, na qual aparece o secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, defendendo a legalização da maconha. A fala ocorreu durante um evento internacional, em março, e vem gerando bastante críticas ao titular da pasta, desde então.

Disponível no Youtube, no canal da Superintendência de Prevenção à Violência (SPREV), o vídeo original mostra o momento em que o secretário, enquanto discursava sobre o poder do tráfico de drogas e a quantia de dinheiro que a criminalidade movimenta com o comércio ilegal, ressalta que não estava defendendo a liberação, mas propondo aos demais palestrantes a pensar em uma política pública que ajudasse a acabar com a criminalidade.

“Não estou 'atucanando' a liberação, não é isso, porque nenhum país liberou geral, eles controlam. Estou propondo uma política como se faz com o cigarro [...] O tráfico de drogas movimenta o dobro do que a Bahia arrecada de tributos, o estado é o sexto maior PIB do Brasil. O argumento que se usava sobre a bebida alcoólica é o mesmo que se usa hoje em relação ao uso das drogas, sobretudo o uso da maconha”, disse.

Ainda durante a sua fala, ele trouxe como exemplo o Programa Nacional de Combate ao Fumo (PNCT), instituído no Brasil na década de 80 e citou o raciocínio de um pesquisador que sugeriu que a maconha atiçava a criatividade. Mandarino ressalta que não está concordando com a teoria.

“As pessoas que perdem o controle do uso social e moderado da droga [maconha] são poucas, não é todo mundo que faz isso, a maioria das pessoas que eu conheço, que fuma maconha, são pessoas que trabalham todos os dias [...] Não estou defendendo isso, não, eu nunca fumei, maconha, não gosto de bebida alcoólica e odeio vinho [...] Eu tenho amigos que dizem que fumam cigarro de maconha todos os dias para dar uma relaxada”, completou Mandarino.

Hoje, após a sessão na CMS, o vereador André Fraga, que faz parte da base aliada de ACM Neto na Câmara e foi o autor do Projeto de Lei aprovado pelos edis, saiu em defesa de Mandarino.

"A gente sabe que a proibição da maconha (...) ela é uma planta (...) a proibição dela tem fundos sociais, têm características de busca por controle social da população, especialmente a negra e acabou se transformando neste espaço de exceção. Hoje, a gente consegue perceber que se ela não fosse proibida, quantas milhares de vidas já não teriam sido preservadas", disse Fraga.

"Vamos pegar aqui o polígono da maconha, que fica no Nordeste brasileiro (...) Lá as pessoas plantam maconha para consumo próprio (...) Imagine se a maconha fosse legalizada e toda aquela região, que tem uma Superintendência da Polícia Federal fora de capitais, servisse para produzir medicamentos, gerar emprego e atrair empresas farmacêuticas", salientou.

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