Política

Aliança do União Brasil com Lula fortalece Bruno Reis ou enfraquece Jerônimo? Entenda

Paulo M. Azevedo / BNews e Ricardo Stuckert/PR
Partidos estreitam relações sobre ocupação de cargos federais na Bahia  |   Bnews - Divulgação Paulo M. Azevedo / BNews e Ricardo Stuckert/PR

Publicado em 10/08/2023, às 13h37 - Atualizado às 15h21   Eduardo Dias, Daniel Serrano e Tácio Caldas


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O União Brasil nacional e o governo Lula tem estreitado relações e preenchido vagas de primeiro, segundo e terceiro escalão na gestão do petista. A aproximação, comandada pelo deputado Elmar Nascimento, tem respingado na Bahia, fazendo com que adversários históricos do grupo petista adotem o discurso de independência, ante "oposição ferrenha".  

Liderado na Bahia por ACM Neto (UB), que perdeu as eleições de 2022 para o Governo do Estado para Jerônimo Rodrigues (PT), o União Brasil tem também se aproximado da gestão estadual, com deputados estaduais, ainda que de forma velada. Recentemente, o deputado Marcinho Oliveirafoi visto num evento nesta semana com o governador, o que gerou reações dentro da cúpula carlista. O partido, inclusive, ocupa ministérios do governo Lula. 

A pergunta foi respondida tanto pelo governador Jerônimo Rodrigues quanto pelo prefeito Bruno Reis. 

Questionado sobre a posição do partido em relação às indicações para cargos federais na Bahia, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), falou sobre o assunto. O gestor municipal alegou que a aproximação com o governo federal não representa um fortalecimento da gestão petista no estado, com uma eventual censura na oposição ao governador.

"Uma coisa é a posição do partido, que já está clara e de forma expressa manifestada pelos líderes partidários: é a posição de independência. Nós não fazemos oposição do quanto pior, melhor. Isso não é nesse governo Lula, já foi em governos anteriores de Lula, de Dilma, Temer. Todos os presidentes, seja quem for, sempre a posição do nosso partido é a favor do Brasil. A bancada dos deputados, do Senado, tem até ministros, que dirá cargos regionais. Essa é uma posição da bancada, dos deputados, dos senadores, em que cabe respeitar e compreender o papel dos deputados, como eles também compreendem o papel do prefeito”, afirmou Bruno, durante evento de reinauguração de estátua de Mãe Stella de Oxóssi, nesta quinta-feira (10). 

Bruno também reiterou que a “parceria” em Brasília não significa uma possível interferência nas eleições municipais de 2024, onde ele vai concorrer à reeleição, possivelmente contra um candidato fortemente apoiado pelo governador e pelo presidente Lula. 

"Eu não acredito nisso. A lógica da eleição municipal é diferente da estadual. Nós não  estamos preocupados com 2024, nem com 2026. Para a gente, o que realmente importa é o país está crescendo, gerando empregos, oportunidades...na minha visão, quando a cidade vai bem, o Estado vai bem, o país vai bem, quem está governando colhe os resultados políticos do sucesso administrativo”, disse o prefeito ao BNews

Para mim, quanto melhor o Brasil, quanto mais crescer, isso impacta nas nossas receitas, nossa arrecadação. Mais obras, mais programas. Eu torço para que o Brasil deslanche. Apoiamos tudo o que for bom para o país. O que não for, teremos independência para ficar contra. Essa é a nossa lógica”. 

O discurso independente do União Brasil é visto pelo governador de forma "branda". Em evento de entrega de uma escola estadual no bairro do Lobato nesta quinta, Jerônimo também comentou o assunto, sendo um tanto mais enfático que o prefeito. 

"Em relação aos partidos políticos se aproximando, eu tenho dito que, assim que fechamos o processo de transição do governo do Estado, nós dialogamos com todos os partidos da base. O PP, por exemplo, dialoga com a gente, colocando à mesa que não me apoiou, mas que estava disposto. A bancada do PP inteira. Todas as vezes que tivesse um projeto de interesse da Bahia, estaríamos juntos. Todas as vezes que tivéssemos uma agenda de importância para Salvador, também. Um equipamento como esse, não dá para qualquer deputado de oposição abrir a boca e falar alguma coisa”, pontuou o petista.

Jerônimo garantiu que é possível separar os dois momentos: apoio partidário em nome da governabilidade de Lula e eleições municipais em 2024. Segundo o petista, ele “tem lado e todos sabem qual”. 

“Temos que nos separar. Ano que vem tem eleição. Eu tenho um lado na eleição, todo mundo sabe. Quem me apoiou, me abraçou, é a hora de uma mão lavar a outra. A relação que temos tido com partidos de oposição eu vou respeitar, pagando as emendas, me reunindo com a base de oposição na Assembleia. Eu tenho que respeitar a democracia. Agora, cada qual vai seguir seu caminho. Eles vão receber sempre os convites para virem nas inaugurações, seja de que partido for. Minha orientação é que convidem todos, vir ou não vir, é opção deles. Eu tenho meu candidato ou candidata e eles têm o dele para a disputa. A urna é quem vai dizer”, afirmou. 

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