Política

Anderson Torres se manifesta sobre documento eleitoral e afirma que era 'pilha de descarte'

Isaac Amorim/MJSP
A residência do ex-ministro foi alvo de uma busca e apreensão; no local, um documento indicando uma interferência de Bolsonaro no TSE foi localizado  |   Bnews - Divulgação Isaac Amorim/MJSP

Publicado em 12/01/2023, às 18h46   José Ivan Neto


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Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que teve documentos encontrados pela Polícia Federal nesta terça-feira (10),  afirmou, por meio das redes sociais, que o documento localizado era “para descarte”. 

O papel em questão era uma minuta de decreto presidencial que sugeria ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma espécie de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A medida poderia interferir diretamente no resultado da eleição presidencial de 2022. 

Esse documento orientava a decretação de estado de defesa no TSE, dando poderes ao ex-presidente para interferir na atuação da Corte. A produção da minuta será alvo da investigação da PF, que mira Anderson Torres e outros suspeitos de atos antidemocráticos. A informação foi confirmada pelo jornal GLOBO.

"No cargo de Ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil. Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim. Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro", afirmou Torres. 

Uma busca e apreensão na residência de Torres foi cumprida na última terça-feira (10), devido a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes, sob suspeita de que Torres se omitiu na função de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal para permitir os atos terroristas realizados no Distrito Federal no último domingo (8).

Uma arma pertencente ao ex-ministro, seu notebook, mídias e pendrive também foram apreendidos para análise dos investigadores 

Torres foi exonerado do posto ainda no domingo (8) pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, que também foi afastado do cargo no mesmo dia, por ordem de Moraes. Nesta quarta-feira (11), o plenário do STF firmou a decisão de Moraes e aprovaram o afastamento de Ibaneis do cargo por 90 dias.

O ex-ministro de Bolsonaro anunciou que retornaria ao Brasil, já que atualmente está nos Estados Unidos, para se apresentar à Justiça. "Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa", escreveu em uma rede social.

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