Política
No início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, questionou a ausência de um cargo reservado para ela na gestão do marido.
No entanto, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, auxiliares de Lula vêm apresentando ressalvas para que Janja assume um cargo no governo. Eles temem que o caso se configure como nepotismo.
Ainda durante a transição de governo, houve um debate sobre um eventual apoio a Janja e sobre questões legais sobre a criação de um cargo. Mesmo que uma função não remunerada, a criação de uma secretaria especial para a primeira-dama poderia precisar de uma aprovação no Congresso Nacional.
Ainda segundo a publicação, Janja teria abordado o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para questionar as restrições para a criação de um cargo para ela. O ex-governador da Bahia, que é economista, orientou a primeira-dama a tirar as dúvidas com o ministro da Justiça, Flávio Dino, que entenderia de assunto.
Dino foi na contramão da postura adotada pelos colegas de Esplanada e disse que era favorável à formulação de um que permitisse que Janja exercesse um trabalho voluntário, dentro da Presidência. Em março, foi divulgada a informação de que Janja comandaria um gabinete de Ações Estratégicas em Políticas Públicas.
No entanto, integrantes da Casa Civil e da Advocacia Geral da União (AGU) teriam dito a Lula que, apesar do fato de Janja não receberia salário, a primeira-dama, na prática, seria uma funcionária pública. Com isso, ela poderia se tornar alvo de operações de órgãos como Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria Geral da União (CGU) e da própria Justiça. Além disso, Janja poderia ser convocada para falar no Congresso.
Apesar dos alertas, há duas semanas, Lula teria pedido que fosse suspensa, mesmo que temporariamente, o plano de criar o gabinete para a mulher.
Na avaliação do presidente, seus adversários políticos poderiam usar a primeira-dama para desgastar a sua imagem em um momento de abertura de uma série de CPIs no Congresso. Outro ponto de temor de Lula é uma excessiva exposição de Janja, o que pode leva-la a ser alvo de investigações judiciais.
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