Política

Após escalada de hostilidade, Lula avalia situação de Nicolás Maduro e dispara: "É problema da Venezuela"

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A relação entre Lula e Nicólas Maduro estremeceu após cobranças so governo brasileiro sobre as eleições venezuelanas  |   Bnews - Divulgação Reprodução | RedeTV

Publicado em 11/11/2024, às 06h54 - Atualizado às 07h00   Cadastrado por Emilly Giffone



Durante entrevista à RedeTV!, veiculada neste domingo (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) se já deveria ignorar Nicólas Maduro, presidente declarado reeleito na Venezuela. O gestor brasileiro não pensou duas vezes e afirmou que essa não é uma responsabilidade do Brasil.

"Eu aprendi que a gente tem que ter muito cuidado quando a gente vai tratar de outros países e de outros presidentes. Eu acho que o Maduro é um problema da Venezuela, não é um problema do Brasil", disparou o petista.

Lula destacou que é a população Venezuela que deve cuidar do chefe do governo local, de acordo com o G1. 

"Eu quero que a Venezuela viva bem, que eles cuidem do povo com dignidade. Eu vou cuidar do Brasil, o Maduro cuida dele, o povo venezuelano cuida do Maduro, e eu cuido Brasil. E vamos seguir em frente. Porque também não posso ficar me preocupando. Ora brigar com a Nicarágua, ora brigar com a Venezuela, ora brigar com não sei com quem. Tenho é que tentar brigar para fazer esse país dar certo", declarou o presidente do Brasil.

Ainda durante a entrevista o presidente relembrou do quanto foi questionado por outros países e organismos internacionais, quando acompanhou de perto as eleições da Venezuela. Enquanto questionavam o resultado das eleições, o Brasil cobrava, em conjunto com a Colômbia e o México, a divulgação do boletim das urnas, as atas eleitorais. Além disso, o governo ainda defendeu a soberania popular, pedindo por uma "apuração imparcial" dos votos.

Com a ausência da apresentação detalhada da apuração pelos órgãos venezuelanos, controlados pelo regime de Maduro, Lula e o governo brasileiro não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro. A relação dos dois presidentes, considerados aliados históricos, se agravou.

"O que nós fizemos lá foi a gente acompanhar o processo eleitoral. E, no dia que terminou as eleições, o meu ministro, que era meu enviado lá, o Celso Amorim, perguntou pro Maduro se ele poderia mostrar as atas da votação. Perguntou pra ele e perguntou pro candidato da oposição. Os dois disseram que iriam mostrar. A verdade é que os dois não mostraram", relembrou o presidente. 

E acrescentou sobre a atitude tomada pelo presidente venezuelano. "Nós fizemos uma nota, junto com a Colômbia, dizendo da nossa inquietação de você não ter uma prova do resultado eleitoral. Ele [Maduro] deveria ter mandado a nota para o Conselho Nacional Eleitoral, que foi criado por ele próprio, que tinha dois membros da oposição e três do governo. Ele não mostrou. Foi direto pra Suprema Corte. Eu não tenho o direito de ficar questionando a Suprema Corte de outro país, porque eu não quero que nenhum outro país questione a minha Suprema Corte", acrescentou.

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