Política

Argumento do partido de Bolsonaro para anular a eleição não se sustenta; entenda

Alan Santos/PR
O problema relatado pelo partido de Bolsonaro indica essas urnas perderam uma das formas de identificação, mas não todas  |   Bnews - Divulgação Alan Santos/PR

Publicado em 22/11/2022, às 23h23 - Atualizado em 23/11/2022, às 14h01   Redação BNews


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O argumento usado pelo Partido Liberal, de Jair Bolsonaro, para solicitar a invalidação o resultado de mais de 250 mil urnas usadas no segundo turno das eleições, não se sustenta. Segundo o Estadão Verifica, página dedicada a checagem de fatos, não é verdade que seja impossível identificar urnas eletrônicas sem um número de série individual.

A partir de entrevistas com especialistas no assunto, o portal explicou que, de fato, urnas de modelos anteriores a 2020 recebiam um número de série único, e não uma identificação individual, como as urnas do modelo novo. Essa falha ocorreu nos logs das urnas eletrônicas — um documento disponibilizado pelo TSE no qual se registram todas as atividades realizadas pelo equipamento de votação. Mas a ausência desse número de série não significa que os resultados estejam comprometidos, que não seja possível identificar a compatibilidade de um log ou a qual urna o documento pertence por conta disso, como argumento o relatório técnico contratado pelo partido.

Ainda de acordo com o Estadão Verifica, os logs de todas as urnas mais antigas usadas nas eleições deste ano anterior ao modelo de 2020 (modelos UE 2009, UE 2010, UE 2011, UE 2013 e UE 2015), recebe um número único e inválido: 67305985. O que se espera é que, durante a operação da urna, esse número foi lido pelo software e preenchido com um valor correto individual, mas isso não ocorreu nas urnas antigas. O bug fez com que todos os equipamentos desses modelos mantivessem o mesmo número inválido, 67305985. Isso significa que essas urnas perderam uma das formas de identificação, mas não todas. Não é o número de série que confere compatibilidade à urna, e sim sua assinatura digital, que é perfeitamente detectável pelo TSE se houver alguma alteração já no momento da recepção dos dados.

Ainda nesta terça-feira (22), O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, reagiu ao pedido de anulação, dando 24 horas para que o PL adite a petição inicial e inclua ambos os turnos das eleições, e não somente o segundo turno. Isso porque, segundo a corte, as urnas citadas na ação do partido, foram utilizadas tanto no primeiro turno, quanto no segundo.

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