Política

Bolsonaro autoriza corte de remédios e fraldas geriátricas na Farmácia Popular

Ministério da Saúde
A maioria dos remédios é usada no tratamento da diabetes, hipertensão e asma  |   Bnews - Divulgação Ministério da Saúde

Publicado em 13/09/2022, às 20h15   Redação Bnews


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A população deixará de contar com 13 tipos diferentes de princípios ativos de remédios usados no tratamento da diabetes, hipertensão e asma por conta do corte de 60% de recursos no Orçamento de 2023 para a gratuidade de medicamentos da Farmácia Popular, autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o alerta da ProGenéricos, associação que reúne os principais laboratórios que atuam na produção e comercialização no País, seis desses medicamentos são para o controle da hipertensão: Atenolol, Captopril, Cloridrato de Propranolol, Hidroclorotiazida, Losartana Potássica e Maleato de Enalapril. Todos os produtos da Farmácia Popular são destinados ao tratamento de doenças mais prevalentes, que segundo o Ministério da Saúde são as que mais acometem a população.

Como revelou o Estadão, o governo Jair Bolsonaro, ao enviar o projeto de Orçamento de 2023, passou a tesoura no programa Farmácia Popular para abrir espaço ao orçamento secreto. A verba para os medicamentos gratuitos caiu de R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões no projeto de 2023 enviado ao Congresso no final de agosto. Um corte de R$ 1,2 bilhão.

A presidente da ProGenéricos, Telma Salles, diz que vê com grande preocupação o corte dos investimentos e a pressão maior no Sistema Único (SUS) com o esvaziamento da gratuidade da Farmácia Popular. Segunda ela, o corte popular vai impedir o acesso de novas pessoas aos medicamentos gratuitos e deixar boa parte dos atuais beneficiários sem os remédios. Isso porque são produtos de uso continuado e, portanto, não podem deixar de serem consumidos. O resultado, afirma, é que elas vão buscar o tratamento na rede do SUS.

"A diminuição da impossibilidade de alguém se tratar é devastadora sobre todas as formas. Tem o agravamento da doença e o custo para o próprio SUS. Não me parece ser inteligente porque vão afogar o SUS com doença que não são tratadas", critica Telma, que inicia em Brasília esta semana reuniões com autoridades para tentar ampliar os recursos na votação do Orçamento, que ocorrerá depois das eleições. A entidade prepara uma carta para os presidenciáveis e um dos pontos de alerta é justamente o fortalecimento das farmácias populares. Procurado, o Ministério da Saúde disse que prepara uma resposta à reportagem. A resposta será publicada assim que chegar.

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