Política

Bolsonaro joga desgaste com indicações na Petrobras para ministro de Minas e Energia

Marcos Corrêa/PR
Bento Albuquerque irrita Bolsonaro e amplia divergências com Economia Casa Civil  |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa/PR

Publicado em 06/04/2022, às 07h54 - Atualizado às 08h06   Redação



O presidente Jair Bolsonaro responsabilizou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque não somente pela malsucedida indicação de Adriano Pires para a presidência da Petrobras, mas também pela proposta de adiamento da assembleia que mudará a diretoria da empresa daqui uma semana.

Segundo auxiliares palacianos, o chefe do Executivo está bastante irritado com o imbróglio envolvendo a Petrobras, e o desgaste está sendo atribuído principalmente ao ministro. A avaliação é a de que houve açodamento ao apresentar um nome que, pouco depois, não se sustentou. Agora, a palavra de ordem no Planalto é discrição quanto aos próximos indicados. O adiamento da assembleia ainda é considerado uma opção no governo. Mas, por essa proposta, o general Silva e Luna, demitido por Bolsonaro, continuaria no cargo por tempo indefinido, até a aprovação dos novos nomes.

Diante da dificuldade do ministro em encontrar dois nomes para compor a diretoria da empresa, uma das propostas apresentadas foi adiar a assembleia geral de acionistas –que irá definir a nova composição da diretoria da Petrobras no próximo dia 13– e seguir por mais um tempo com o general Joaquim Silva e Luna no comando.

O Planalto já divulgou que Silva e Luna não ficará mais à frente da Petrobras e o próprio general se manifestou dizendo-se traído pela forma como o processo foi conduzido. A saída apresentada por Bento irritou ainda mais Bolsonaro.

Segundo a Folha de S. Paulo, assessores do Planalto afirmam que o presidente soltou até palavrões ao se referir ao ministro na última segunda-feira (4), quando Bento ainda tentava buscar uma saída para manter a indicação de Adriano Pires. Bolsonaro avaliou que Bento foi inábil politicamente e que caberia a ele barrar a indicação de Pires sabendo que ele não passaria pelo crivo do comitê de pessoal da Petrobras.

Adriano Pires é dono da CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), consultoria que atende empresas que até se envolveram em disputas com a Petrobras. Para Bolsonaro, aceitar essa indicação seria assumir um risco elevado demais durante a campanha pela reeleição.

Bento se desgastou também com Guedes, que não gostou da proposta defendida pelo ministro —e que tramita no Congresso—, de criar subsídios para conter a alta dos combustíveis. Na ala política, Bento também mede forças com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-RN), que, para agregar o apoio do centrão, quer indicar nomes para agências reguladoras ligadas ao Ministério de Minas e Energia (como ANP e Aneel), estatais elétricas, como Itaipu, e a Petrobras.

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