Política

Bolsonaro sabia de plano para matar Lula e Moraes, aponta relatório da PF

Tânia Rego | Agência Brasil
Ex-presidentge nega para aliados que tivesse conhecimento das articulações  |   Bnews - Divulgação Tânia Rego | Agência Brasil
Alex Torres

por Alex Torres

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Publicado em 21/11/2024, às 13h45 - Atualizado às 14h16



A Polícia Federal (PF) deve incluir em seu relatório de inquérito do golpe que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento do plano para assassinar o atual presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes em 2022.

Informações preliminares apontam, entretanto, que Jair Bolsonaro nega para aliados que tivesse conhecimento das articulações. De acordo com uma fonte a par da investigação, o ex-presidente teria deixado "digital" e o documento final conseguirá sustentar que ele sabia dos planos.

Nesta terça-feira (19), uma operação da PF prendeu quatro militares e um policial federal suspeitos de planejar o golpe em 2022. As investigações apontaram ainda que o ex-presidente se reuniu com aliados e discutiram a possibilidade do golpe, que, segundo a PF, não se concretizou porque não teve o aval dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica.

O general Marco Antônio Freire Gomes e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, chefes das respectivas Forças, prestaram depoimento à PF na condição de testemunha e implicaram o ex-presidente na trama.

Bolsonaro nega qualquer relação com o plano e a defesa do ex-presidente alega que ele "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". 

Os presos na operação da PF foram o general da reserva Mário Fernandes, e os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrantes dos "Kids pretos" — membros das Forças Especiais. Além dos militares, o policial federal Wladimir Matos Soares também foi detido.

Ao determinar a prisão, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que as investigações apontaram "robustos e gravíssimos indícios" de planejamento de execução do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que era o próprio Moraes na ocasião, com uso de "técnicas militares e terroristas" após as eleições presidenciais.

Por fim a PF apura se os envolvidos no esquema praticaram os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A investigação faz parte do chamado “inquérito do golpe”, que apura possível tentativa de impedir a posse do atual governo após derrota eleitoral de Bolsonaro.

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