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Ao G20, Bolsonaro diz apresentar 'dados concretos e não frases demagógicas' sobre política ambiental

Marcos Corrêa /PR
Ele defendeu um debate com dados concretos, sem demagogia, e disse sofrer ataques de nações menos sustentáveis  |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa /PR

Publicado em 22/11/2020, às 13h21   Folhapress


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O presidente Jair Bolsonaro buscou neste domingo (22), durante a cúpula do G20, dar uma resposta à pressão internacional sofrida pelo governo na política ambiental, dizendo que mais da metade do território brasileiro tem vegetação nativa preservada e que o país vai "continuar protegendo" seus biomas.

Ele defendeu um debate com dados concretos, sem demagogia, e disse sofrer ataques de nações menos sustentáveis.

As falas do presidente ignoram os recordes em desmatamentos e incêndios em sua gestão. "Tenho orgulho de apresentar esses números e reafirmar que trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação, bem como para repelir ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis", afirmou.

"O que apresento aqui são fatos, e não narrativas. São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar", disse.

Bolsonaro disse que o país garante a segurança alimentar de quase 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo e que a agricultura brasileira se desenvolveu usando apenas 8% das terras. Segundo ele, mais de 60% do território ainda se encontra preservado com vegetação nativa.

Pesquisas da estatal Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) apontam que o conjunto das áreas atribuídas e dedicadas a proteção, preservação e conservação da vegetação nativa e da biodiversidade alcançam 66,3% do Brasil. Mas a Embrapa ressalta que não há qualquer inferência nesse número sobre a real natureza e o estado da vegetação nativa efetivamente existente nesses locais.

"Tenho orgulho de apresentar esses números e reafirmar que trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação, bem como para repelir ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis", disse ele, sem citar nomes.

Bolsonaro declarou ter orgulho de dizer que o Brasil possui a matriz energética mais limpa entre os países integrantes do G20. Segundo ele, o país é responsável por menos de 3% das emissões de carbono no mundo. E defendeu um esforço das lideranças pela diminuição.

O presidente afirmou que citou os números porque o Brasil busca maior abertura econômica enquanto sabe que os acordos sofrem cada vez mais influência da agenda ambiental.

Segundo ele, o país está comprometido com uma maior integração com o comércio global e que são demonstrações disso os acordos comerciais negociados pelo Mercosul com a União Europeia, os tratados com a Associação Europeia de Livre Comércio, as negociações com Coreia do Sul e Canadá e o recente pacto pela facilitação do comércio firmado com os Estados Unidos.

"Também mantemos a determinação de buscar o desenvolvimento sustentável em sua plenitude, de forma a integrar a conservação ambiental à prosperidade econômica e social", disse.

"O hino nacional de meu país diz que o Brasil é gigante pela própria natureza. Estejam certos de que nada mudará isso. Vamos continuar protegendo nossa Amazônia, nosso Pantanal e todos os nossos biomas. Contem com o meu país e com o meu povo para tornar o mundo realmente mais desenvolvido e mais sustentável."

Mais cedo, a conta de Bolsonaro no Twitter havia publicado uma mensagem anunciando sua participação no G-20 acompanhada de uma animação sem diálogos, em uma aparente tentativa de se comparar a alguém que tenta atender os interesses de uma população e não é reconhecido por ela.

No vídeo, um gigante usa as forças que tem para proteger um castelo de uma pedra rolante. Sem querer, o gigante destrói no processo uma das torres. A defesa da edificação é acionada para atacá-lo. Com isso, o gigante deixa a pedra rolar e esmagar o castelo.

As reuniões do G20 acontecem neste fim de semana de forma virtual devido à pandemia do coronavírus. O evento tem a Arábia Saudita como anfitriã.

Classificação Indicativa: Livre

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