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Caso Marielle: Confira detalhes contados pelo ex-PM Élcio de Queiroz

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O ex-PM Élcio de Queiroz fez uma delação premiada  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 25/07/2023, às 08h39   Cadastrada por Edvaldo Sales


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Preso em 2019 suspeito de participar dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-policial militar Élcio de Queiroz deu detalhes sobre o planejamento e a execução da vereadora e de seu motorista. Ele fez uma deleção premiada.

Os principais envolvidos nos crimes são: Ronnie Lessa, ex-BOPE e acusado de ser o autor dos disparos contra Marielle Franco e Anderson Gomes; Élcio Queiroz, ex-PM acusado de ser o motorista de Lessa no dia do crime; Maxwell Simões Correa, o Suel, investigado por ser cúmplice no planejamento do crime; e Edimilson Oliveira, o Macalé, foi assassinado e é apontado como cúmplice no planejamento do crime.

Segundo o jornal O Globo, na deleção, Élcio contou ter tido contato com o plano para assassinar Marielle Franco pela primeira vez em agosto de 2017, meses antes da execução. O ex-PM disse ainda que o monitoramento da vereadora foi feito durante meses. 

Élcio contou que até o final do ano, ao menos os três envolvidos na primeira tentativa de execução acompanhavam os passos da vereadora, principalmente na região da Tijuca, Zona Norte do Rio, bairro em que ela morava. 

Élcio deu detalhes sobre a arma usada no crime - uma submetralhadora MP5, à qual Élcio se referia como a “arma de Ronnie Lessa”. O ex-PM disse ter ouvido que a arma é oriunda do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em que o atirador trabalhou. A operação para tentar ocultar o armamento também foi tema da delação, mas continua sob sigilo.

Horas antes do crime, na tarde de 14 de março de 2018, Élcio de Queiroz estava trabalhando como segurança de uma transportadora quando recebeu uma mensagem de Ronnie Lessa. De acordo com Élcio, toda a comunicação sobre a preparação para o crime aconteceu por uma aplicativo em que as mensagens se autodestroem após lidas. 

Já no carro usado no crime, eles passaram pelo Alto da Boa Vista, pela Praça Sãens Peña, na Tijuca, até chegarem à Rua dos Inválidos, na Lapa, onde Marielle participava de um evento.

Lessa, o ex-BOPE, teria visto nas redes sociais que a vereadora participaria de um evento na Casa das Pretas, na Lapa, às 19h. A dupla chegou próximo ao horário e Lessa ficou preocupado de terem se atrasado. O atirador demonstrou conhecer bem a região. 

Élcio detalhou que, com o carro já parado próximo à Casa das Pretas, Ronnie Lessa, que tem uma perna amputada, começou a se preparar. Pediu ajuda para passar para o banco de trás sem sair do veículo. Depois de mudar de posição, ele começou a se equipar na preparação para o crime. 

O crime

Élcio e Lessa passam a seguir o carro com Marielle, o motorista Anderson Gomes e Fernanda Chaves, a assessora que sobreviveu ao assassinato. Conforme o delator, ao se aproximar do carro de Marielle parado em um cruzamento, Lessa deu a ordem: “emparelha a minha janela com a de trás do lado direito. Pelo carona”.

“Eu só escutei a rajada; da rajada, começou a cair umas cápsulas na minha cabeça e no meu pescoço; Ele falou “vão bora”; eu nem vi se acertou quem, se não acertou” , detalha Queiroz na delação, segundo O Globo.

Em seguida, a dupla foge em direção à Leopoldina para depois acessar a Avenida Brasil. De lá passaram pela Linha Amarela no sentido Barra da Tijuca e desceram antes do pedágio, no Méier, Zona Norte do Rio. 

Ainda na deleção, Élcio contou que eles passaram então em frente à casa da mãe de Lessa e estacionaram próximo a uma casa de festas. O atirador chamou pelo irmão, pediu para ele guardar a bolsa e pediu um táxi para a dupla.

Os dois embarcam no novo carro e pegam novamente a Linha Amarela em direção a Barra da Tijuca. Eles voltam ao local onde tinham deixado o veículo pessoal de Lessa e foram para um bar na Olegário Maciel. Lá, Ronnie e Élcio se sentaram com Maxwell, sua esposa, Assis Bombeiro e um outro militar. 

Além disso, o motorista do crime contou ainda que ficou bêbado naquela noite e chegou a vomitar três vezes. No dia seguinte, eles deram início ao processo de se livrar do carro usado no crime. Eles destruíram a placa e fizeram uma limpeza no veículo. O grupo deixou Maxwell com o carro em Rocha Miranda e foram embora.

Classificação Indicativa: Livre

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