O principal entrave para a liberação dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinados à construção da Arena Fonte Nova não parece ter solução a curto prazo.
O presidente do consórcio Fonte Nova Participações (OAS e Odebrecht), Dênio Cidreira mantém do argumento de que o projeto executivo de obra como esta é vivo e, portanto, não há como entregá-lo todo de uma só vez.
Ao contrário disso, o que o consórcio propõe desde o início é a entrega gradual. Na última semana, os construtores fecharam um cronograma para apresentação das fases dos projetos. Esperam que a iniciativa sensibilize os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), responsáveis por autorizar a liberação de recursos do banco estatal.
O problema é que o segundo inciso do décimo artigo do contrato assinado entre o governo, o banco e a concessionária é claro quando determina que para a utilização de recursos acima dos 20% do valor de crédito é se faz necessária a apresentação “do projeto executivo da Arena Fonte Nova, devidamente aprovado pela Fifa”, acompanhado de uma extensa documentação especifica.
A justificativa de “projeto vivo” é interessante, mas, em tese, deveria ter sido apresentada antes da assinatura do contrato. Já o que o mesmo exigia a apresentação.
Negócio
Enquanto o projeto executivo não é apresentado aos conselheiros do TCE, o projeto de negócio, esse sim, já está bem avançado. Ao menos, esta foi a impressão deixada aos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) durante a visita à obra da Arena Fonte Nova, na tarde desta segunda-feira (4).
Na oportunidade, Cidreira explicou o que o consórcio está planejando para tornar a Arena Fonte Nova um equipamento rentável durante todo o ano. “Nosso principal objetivo é potencializar ao máximo as oportunidades de negócio, para dar sustentabilidade e reduzir a contrapartida do Estado durante os 35 anos que o consórcio vai explorar a Arena Fonte Nova”, afirmou.
De acordo com o presidente, já existe um memorando de entendimento para que o Esporte Clube Bahia mande os seus jogos na Arena. Cidreira espera que o Vitória também assine o contrato, assim a Fonte Nova, seria algo parecido com o San Siro, na Itália, que é sede dos jogos do Milan e Inter de Milão, contudo, o rubro-negro ainda não fechou a parceria.
A cada ano o consórcio pretende realizar cerca de 80 eventos, entre partidas de futebol, shows, festivais e apresentação de outros esportes.
Dênio mostrou, inclusive, um calendário com aquilo que já está fechado ou próximo disso. Para o mês de janeiro, além de eventuais jogos, está prevista a realização de um grande festival, provavelmente o Festival de Verão.
De acordo com o presidente Fevereiro é mês que um pré-carnaval deve ser realizado. “Já conversamos com alguns produtores baianos e pretendemos dar prioridade aos produtores daqui”, disse.
Em março a ideia do consórcio é trazer um edição do X-Games, com esportes radicais.
O uso exclusivo para o futebol fica entre os meses de abril e maio, que é o período de chuvas. Já entre junho e julho, o estádio deve receber o Arraiá da Capitá, evento já confirmado e uma festa de música eletrônica. A partir daí, a Arena fica à disposição para atrações internacionais.
“Terminando a temporada com uma corrida, em dezembro, de carros indoor. O réveillon também faremos aqui. A meta de 80 eventos de grande e médio porte por ano.
Foto: Roberto Viana // Bocão News